terça-feira, 18 de junho de 2013

SECA NO CEARÁ

Quadra chuvosa em 2013 no Ceará fica 37,7% abaixo da média
De acordo com a Funceme, choveu somente 378,3 milímetros no Estado entre fevereiro e maio 


O que foi previsto pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), ainda em janeiro, se confirmou. O período chuvoso no Ceará, compreendido entre os meses de fevereiro e maio, ficou abaixo da média histórica em 2013. Neste ano, choveu somente 378,3 milímetros no período. Em comparação com a média, que é de 607,5 milímetros, houve desvio de -37,7%. Os números foram divulgados hoje, 17/06, em coletiva de imprensa, na sede da Funceme. 


Segundo os números apresentados, a quadra chuvosa de 2013 foi menos seca que a de 2012 (No ano passado, as chuvas ficaram -50,7 abaixo da média). Ainda assim, a situação é preocupante, pois trata-se da 9ª pior seca desde 1950. A divulgação dos dados foi realizada pelo presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins e comentada pelo titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, que explicou o andamento das ações do Comitê Integrado de Combate à Seca.


  
O quadro de estiagem, de acordo com Eduardo Sávio, ocorreu porque as condições termodinâmicas do Oceano Atlântico tropical estiveram mais aquecidas ao norte e influenciaram o posicionamento desfavorável da Zona de Convergência Intertropical, que é o principal sistema indutor de chuvas no Ceará. “Em janeiro, os indicadores eram bem fortes, nos mostrando que teríamos uma estação com precipitações irregulares. Foi o que aconteceu. Na evolução dos meses, houve uma discreta melhora, mas não suficiente. Assim, observamos que fevereiro e março ficaram bem abaixo da média, abril se aproximou da média e maio foi bom, porém as chuvas de maio já são menos intensas e a quadra chuvosa como um todo já estava comprometida pelo início com poucas precipitações”, disse o presidente da Funceme.

Pós-Estação 

A estação chuvosa no Ceará se encerra oficialmente em maio, no entanto, tem sido observada a ocorrência de chuvas no centro norte do Ceará, principalmente, na faixa litorânea. Estes eventos, tem sido provocadas por sistemas conhecidos como distúrbios ondulatórios ou ondas de Leste, característicos do período da pós-estação chuvosa. Porém, convém observar, que as médias climatológicas desse período, para o Estado do Ceará são baixas: 37,5 mm, 15,4 mm e 4,9 mm, em junho, julho e agosto, respectivamente.

Segundo semestre preocupa
O secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, disse que as chuvas registradas em abril e maio deram um pequeno alívio aos agricultores.


 “Pelo menos deu pra fazer forragem. Até julho, estamos numa situação confortável, pois temos essa forragem e o milho que está chegando. O início do ano foi mais crítico e ainda nos preocupa o segundo semestre, pois sabemos que as chuvas nesse período são muito poucas e a evaporação é elevada”, explicou.
Sobre as ações do Comitê Integrado de Combate à Seca, o secretário asseverou que todas as medidas necessárias para socorrer os municípios e as comunidades afetadas serão tomadas. “Já estamos realizando e vamos intensificar o trabalho com os carros-pipa, a perfuração de poços, a construção de cisternas e construção de sistemas de abastecimento. Essas ações emergenciais são solicitadas pelas prefeituras e atendidas pelo governo Estadual através dos órgãos competentes e também pelo Exército e Defesa Civil”, concluiu Nelson Martins.

Atualmente, o Ceará tem 175 municípios em estado de emergência por consequência da estiagem. Nos açudes, a situação é de alerta. Dos 143 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, 70 estão com volume abaixo dos 30%. No Estado, o volume médio de água armazenada é de 43,9%.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Funceme
Guto Castro Neto - 17 de junho de 2013 - Ilustrações do blog  

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