Dólar segue em alta no fim da semana
O dólar operava em alta nesta
sexta-feira (16), se aproximando do patamar de R$ 2,40, apesar de duas
intervenções do Banco Central por meio de leilões.
Perto das 15h, a moeda dos Estados
Unidos subia 2,22%, a R$ 2,3905 na venda – ainda o maior patamar (no
fechamento) desde março de 2009.
A moeda norte-americana vem subindo
forte ante o real devido ao pessimismo dos investidores com os fundamentos da
economia brasileira, aliado à expectativa de que os Estados Unidos comecem em
breve a cortar seu programa de estímulo monetário, reduzindo o apetite do
mercado por ativos de risco.
"A pressão é forte de alta e vai
continuar assim enquanto o Banco Central mantiver a estratégia de atuar só no
mercado futuro", afirmou um operador de banco estrangeiro que pediu
anonimato.
O BC atuou em dois momentos. O
primeiro, logo no início do pregão, fazendo leilão de rolagem de contratos de
swap cambial (que equivalem a uma venda da moeda no mercado futuro) que vencem
em setembro deste ano. O segundo foi logo após a moeda superar o patamar de R$
2,36, ofertando novos vencimentos de swap.
"No curtíssimo prazo, o mercado
está meio assustador, tem a pressão de rolagem de US$ 5 bilhões de swap cambial
e tem a possibilidade de o Fed diminuir estímulo", resumiu o
superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
A autoridade monetária anunciou na
quinta-feira que iniciaria a rolagem de 100.800 contratos de swap cambial
tradicional que vencem em 2 de setembro de 2013.
Apesar de as preocupações sobre o
rumo da política monetária dos Estados Unidos afetarem todas os mercados
emergentes, o real tem se enfraquecido mais do que outras moedas devido à falta
de confiança dos investidores no desempenho da economia brasileira.
Analistas do mercado têm sublinhado
que a autoridade monetária não conseguirá reverter a tendência de alta sem
atuar no mercado à vista. Na quinta-feira, no entanto, o BC afirmou em
comunicado que "continuará com sua política de intervenções pontuais no
mercado futuro de câmbio", declaração que foi interpretada por
investidores como um sinal de que, por enquanto, o BC não pretende vender
dólares no mercado spot.
"O mercado está tentando
entender a estratégia do Banco Central, enquanto persistirem dúvidas, o dólar
vai continuar subindo", afirmou um operador de instituição estrangeira.
Para o banco Barclays, o dólar terá
elevação gradual chegando a R$ 2,45 nos próximos 12 meses.
"Estamos preocupados que a
deterioração dos fundamentos brasileiros (conta fiscal pior, aumento do déficit
em conta corrente e falta de planejamento de longo prazo do governo) levará a
um down grade (da nota brasileira) de crédito no primeiro trimestre de 2014, o
que pressionará mais o real", disseram os analistas do banco.
Leilões
O BC iniciou nesta manhã a rolagem dos 100.800 contratos de swap cambial que vencem no início setembro. Nesta primeira etapa, foram vendidos o lote total de 20 mil contratos com vencimento em 1º de abril do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a US$ 989 milhões.
O BC iniciou nesta manhã a rolagem dos 100.800 contratos de swap cambial que vencem no início setembro. Nesta primeira etapa, foram vendidos o lote total de 20 mil contratos com vencimento em 1º de abril do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a US$ 989 milhões.
No segundo leilão, o BC vendeu 21,6
mil contratos para 1 de novembro de 2013 e 1 de abril de 2014, de oferta total de
40 mil contratos. O volume financeiro foi equivalente a US$ 1,076 bilhão.
O dólar fechou em alta ante o real
nesta quinta-feira (15), alcançando a máxima desde o início de março, num novo
dia de teste de paciência para o Banco Central diante das expectativas de que a
política monetária nos Estados Unidos pode mudar.
O dólar subiu 0,58%, a R$ 2,3385 na
venda, após ter batido R$ 2,3517 na máxima do dia. É a maior cotação desde 11
de março de 2009, quando a moeda fechou em R$ 2,351.
Agência Reuter's - 16/08/2013 10h03 - Atualizado em 16/08/2013 15h54
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