quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ECONOMIA - RENDIMENTO DA POUPANÇA

Poupança volta a render mais de 6,17% ao ano
Com a nova alta dos juros, a caderneta de poupança voltará a render 6,17% ao ano, independentemente da variação da Taxa Referencial (TR). Isso acontece porque os juros básicos da economia brasileira, fixados pelo Banco Central, avançaram para 9% ao ano. 
Até então, com a Selic em 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta de poupança, para as "novas aplicações", estava em 5,95% ao ano, mais a variação da taxa referencial – que está em zero ou pouco acima disso (rendendo, somente para alguns vencimentos, 6,17% ao ano).
Em maio do ano passado, o governo mudou as regras de remuneração da poupança. O rendimento passou a ser atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica fixada pelo Banco Central estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Isso para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante (nova poupança).
Metas de inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Entretanto, o próprio Banco Central previu, no relatório de inflação divulgado no fim de junho, um IPCA próximo de 6% neste ano. Os dados mostram que a instituição manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica, em 7,25% ao ano desde outubro do ano passado, elevando-a somente em abril, mesmo com a deterioração do cenário de inflação registrado no primeiro trimestre deste ano. Em doze meses até julho, o IPCA somou 6,27%
Dólar alto e PIB baixo
Segundo o economista da Tendências Consultorias, Silvio Campos Neto, a alta do dólar continua pressionando a inflação no Brasil. "O câmbio é e tem sido a variável de maior destaque e deve condicionar estas novas decisões de altas dos juros [pelo Copom]. Os preços já começam a ter efeito desta mudança no câmbio", declarou o economista.
Analistas lembram que quase 25% dos produtos consumidos em nossa economia são importados, resultando em impacto inflacionário quando a moeda norte-americana se valoriza. Até meados do mês de maio, o dólar operava ao redor de R$ 2 no Brasil. Desde então, porém, registrou alta e, atualmente, tem ficado mais próximo de R$ 2,35.
Os economistas avaliam que uma alta de R$ 0,10 no preço do dólar poderia ter um impacto de cerca de 0,2 ponto no IPCA deste ano. Deste modo, se o dólar estava em cerca de R$ 2 antes da sinalização do BC norte-americano e passou, atualmente, para um valor próximo de R$ 2,35, o impacto seria de aproximadamente 0,7 ponto percentual no IPCA.
A alta de juros, segundo economistas, também pode impactar, entretanto, o crescimento da economia brasileira, que tem sido constantemente revisado para baixo. No fim de 2012, o mercado financeiro estimava que o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançaria 3,30% neste ano. Na semana passada, a previsão já havia recuado para um crescimento de 2,20% e já há economistas falando em 2% de alta.
Juros reais
Com a decisão desta quarta-feira do Copom, o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking mundial de juros reais (após o abatimento da inflação prevista para os próximos doze meses), calculado pelo MoneYou, com taxa de 2,8% ao ano, perdendo para a China (3,3% ao ano) e para o Chile (3,1% ao ano).
Em julho, na reunião anterior do Copom, o país estava em segundo lugar nos maiores juros reais de todo mundo. "Com a alta na Selic, os juros reais brasileiros se elevam em 0,3 pp e não ganham força devido às projeções de inflação mais alta", informou o MoneYou
Do G1 em Brasília - Ilustrações do blog

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