Padilha qualifica de xenófoba atitude de médicos
que hostilizaram cubanos
Médicos protestaram Fortaleza; houve 'muita
truculência', diz ministro. Ministro foi ao Congresso para conversar
com senador sobre Mais Médicos.
O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, disse nesta terça-feira (27) que há “truculência” e “xenofobia” na
atitude de médicos brasileiros que hostilizaram médicos cubanos em Fortaleza,
no Ceará, nesta segunda-feira.
O grupo de 96 estrangeiros que está
fazendo curso de atenção básica de saúde e português no Ceará foi recebido para
a aula inaugural do treinamento, na segunda, por cerca de 50 profissionais
brasileiros que gritavam palavras de ordem e reivindicavam pela realização do
Revalida, exame de validação do diploma de medicina para curso feito no
exterior.
“Em primeiro lugar, tem muita
truculência, muita incitação ao preconceito, e à xenofobia. [...] Lamento
veementemente a postura de alguns profissionais - porque eu acho que é um grupo
isolado - de ter atitudes truculentas, [que] incitam o preconceito, a
xenofobia. Participaram de um verdadeiro 'corredor polonês' da xenofobia,
atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população”,
declarou.
O ministro também criticou a fala do
presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), que na
semana passada afirmou que os brasileiros não devem “socorrer” nem ser
"padrinhos" de profissionais estrangeiros.
“Repudio, lamento veementemente aquela declaração do presidente do CRM de Minas Gerais. Não sei que código de ética médica, em que juramento ele se baseou para recomendar os médicos mineiros a omitir socorro, a não atender a população”, disse.
“Repudio, lamento veementemente aquela declaração do presidente do CRM de Minas Gerais. Não sei que código de ética médica, em que juramento ele se baseou para recomendar os médicos mineiros a omitir socorro, a não atender a população”, disse.
Padilha esteve no Senado para
conversar com o vice-líder do PR na Casa, senador Antônio Carlos Rodrigues
(PR-SP), sobre o Mais Médicos. “Estou conversando com cada bancada, com cada
deputado, com cada senador, fazendo o meu trabalho de ‘formiguinha’, mostrando
dados, mostrando a importância do programa. Estou confiante que o Congresso
Nacional será sensível de entender que o Ministério da Saúde buscou solução
concreta”, afirmou Padilha.
O Congresso tem até novembro para
aprovar a medida provisória 621/2013, que cria o Mais Médicos. O programa
estabelece a concessão de bolsas de R$ 10 mil a médicos brasileiros e
estrangeiros inscritos para atuar em áreas carentes de profissionais de saúde
no interior do país e na periferia das grandes cidades. Na semana passada, o
governo anunciou convênio que permitirá a vinda de 4 mil médicos cubanos pelo
programa Mais Médicos. O primeiro grupo chegou no fim de semana passado.
Desde a divulgação do programa, considerado prioritário para o governo federal, entidades médicas criticam o Mais Médicos por permitir que estrangeiros atuem no país sem a validação do diploma e que profissionais recebam bolsa sem direitos trabalhistas. A categoria também é contra mudanças no currículo dos cursos de medicina, com a criação de um ciclo obrigatório de dois anos a ser cumprido no Sistema Único de Saúde.
Desde a divulgação do programa, considerado prioritário para o governo federal, entidades médicas criticam o Mais Médicos por permitir que estrangeiros atuem no país sem a validação do diploma e que profissionais recebam bolsa sem direitos trabalhistas. A categoria também é contra mudanças no currículo dos cursos de medicina, com a criação de um ciclo obrigatório de dois anos a ser cumprido no Sistema Único de Saúde.
Felipe Néri - Do G1, em Brasília
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