Alckmin, a raposa, o galinheiro e o cartel
Por João Paulo Rillo
A empresa Siemens denunciou a prática
de cartel em diversas licitações do governo paulista durante pelo menos 10
anos. As denúncias citam o governador Serra, como foi mostrado pelo jornal Folha
de S. Paulo, e, pelo período que atravessou, ocorreu nos períodos de
governo de Alckmin e Mário Covas, como bem mostra a revista IstoÉ na
histórica capa sobre o “propinoduto”.
As denúncias sobre pagamento de propina
para viciar licitações no caso Alstom e Siemens são de conhecimento público
desde meados da década passada e, em 2008, chegaram em cheio ao Brasil, com
inúmeros caso relatados pela imprensa na época, até com confissão de diversos
autores desse esquema.
A bancada do PT entrou com 15
representações e o Ministério Público as arquivou, por não encontrar prova – os
ministérios públicos suíço e alemão foram à Justiça e conseguiram, nesses
países, a condenação dessas práticas.
No caso alemão, houve a condenação da
empresa por propinas pagas de oito milhões de euros, que tinha a ajuda de donos
de offshore brasileiras encarregadas de lavar o dinheiro e
pagar a autoridades paulistas por trabalho fictício.
O cartel tem contratos de, pelo menos,
R$ 30 bilhões que, segundo informações da Siemens na matéria daIstoÉ,
foram firmados com superfaturamento de 30%, ou seja, chegaríamos a R$ 9 bilhões
desviados, o que daria para fazer pelo menos 20 quilômetros de metrô ou
passagem grátis por 4 anos nesse meio de transporte. Isso sem contar os quase
35 quilômetros de metrô que os tucanos deixaram de fazer por má gestão
administrativa.
A bancada do PT pretende afastar cinco
personagens: o atual presidente da CPTM, Mário Manuel Seabra Rodrigues
Bandeira, com contratos e aditamentos julgados irregulares no valor de R$ 915
milhões; o atual Diretor de Operação e Manutenção, José Luiz Lavorente; Décio
Tambelli, que cuida da PPP da linha 4 e das novas PPPs, como da linha 6, que
movimentará mais de R$ 6 bilhões; Nelson Sclagioni, atual chefe no Metrô; e o
atual Secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro
Fernandes, que ocupou o mesmo cargo na gestão anterior do governador Geraldo
Alckmin.
A revista IstoÉ traz,
nessa semana, foto de Lavorente, Jurandir Fernandes e do lobista Arthur
Teixeira, mostrando a proximidade desses personagens. Lavorente, Seabra
Bandeira e Jurandir Fernandes foram responsáveis por contratos e aditamentos de
contratos lá atrás e, se foram conivente ou não perceberam a ação do cartel lá
atrás, não parecem preparados para exercer as funções que exercem hoje.
O governador afirmou aos jornais no dia
6 de agosto de 2013 que “não tem notícias da participação de agentes públicos
na suposta formação de cartéis, mas garantiu que, se essa hipótese for
confirmada, o servidor será punido. Alckmin disse ainda que não tem informações
de que a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos sabia do suposto
esquema”.
www.viomundo.com.br - publicado em 14 de agosto de 2013 às 15:50
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