Terrorismo versus terrorismo
Por Messias Pontes
O
físico e matemático inglês Isaac Newton mostrou ao mundo em 1687 as suas
famosas leis. A terceira dizia que a cada ação corresponde uma reação igual e de
sentido contrário. No campo esoterismo isso se chama de lei da causa e efeito,
ou seja, quem com o ferro fere com ferro será ferido.
Há
mais de um século que os Estados Unidos da América do Norte tornaram-se uma
potência imperialista, desrespeitando, fomentando golpes de Estado, agredindo e
invadindo países independentes e soberanos até hoje, passando por cima de todas
as leis e tratados internacionais, em especial as decisões do Conselho de
Segurança das Nações Unidas a exemplo do que fez em 2003 ao invadir o Iraque,
apesar das advertências dos observadores
da ONU de que não havia armas de destruição em massa como acusava o
presidente norte-americano George W. Bush. Centenas de milhares de iraquianos
foram mortos, inclusive crianças, mulheres e idosos.
A
guerra do Vietnã, no início dos anos 1960, mostrou com muita clareza o caráter
belicista e imperialista do Império do Norte. Mais de um milhão de vietnamitas
foram barbaramente assassinados, chegando ao cúmulo de uma aldeia inteira do
Vietnã do Norte – My Lai – ser completamente
exterminada. Nessa aldeia só existia crianças, mulheres e idosos já que os
homens estavam no campo de batalha. O argumento para o extermínio era de que
quando crescessem as crianças se tornariam guerrilheiros vietcongs. Uma
crueldade sem limites, comparada à praticada há exatos 68 anos, quando os
Estados Unidos lançaram a sua primeira bomba atômica sobre Hiroshima no dia 6
de agosto de 1945 e três dias depois sob
Nagasaki com o Japão tendo se rendido. Foram 120 mil mortos imediatos e
300 mil sob os efeitos da contaminação.
Nas décadas de 1960 e 70 o imperialismo ianque
fomentou golpes de Estado em vários países da América Latina e Caribe, sendo
que no Brasil navios da IV Frota Naval ficaram nas nossas costas para responder
a qualquer reação contrária à quartelada de 1º de abril de 1964. Foram 21
longos anos de ditadura militar, uma das maiores tragédias vividas pelo nosso
povo. Ainda hoje mais de 200 famílias esperam encontrar os restos mortais dos
seus entes-queridos para dar-lhes uma sepultura digna. Pior de tudo é que os
criminosos continuam impunes.
O
apoio incondicional do imperialismo ianque a ditaduras sanguinárias como as do
Xá do Irã, Reza Pahlevi, de Anastácio Somoza na Nicarágua, ao apartheid –
regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 na África do Sul, onde
somente 5% da população é branca. Nelson Mandela, o grande líder da oposição que
passou 27 anos preso, era tachado de terrorista pelos sucessivos presidentes
norte-americanos. Depois de solto e eleito presidente daquele país, recebeu o
Nobel da Paz e é cortejado por todas as lideranças mundiais.
Recentemente
o ex-agente da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden denunciou o
esquema de espionagem dos Estados Unidos através de telefonemas e da internet
em todos os países do mundo, inclusive dos chamados aliados fiéis. Houve
protestos generalizados, tendo a presidenta Dilma Rousseff exigido explicações
do governo norte-americano. Os chanceleres do Mercosul anunciaram anteontem em
um encontro com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a repulsa do bloco
regional à espionagem dos Estados unidos a vários países da região.
Anteontem,
os Estados Unidos anunciaram o fechamento de mais de duas dezenas de
representações diplomáticas no Norte da África e no Oriente Médio. Tudo por
conta de possíveis ataques terroristas da Al-Qaeda. Ontem, aconselharam os seus
cidadãos a deixarem o Iêmen, horas depois de ser conhecido mais um ataque de
drones (aviões não tripulados) que matou quatro supostos membros da Al-Qaeda. O
ataque de ontem é o quarto contra alegados membros daquela organização no
Iêmen, na última semana, causando, pelo menos 17 mortos. Atualmente os EUA
mantêm mais de 800 bases militares nos cinco continentes. A que é mantida em
Guantánamo, em território cubano, é um cruel centro de tortura a pessoas
suspeitas de terrorismo, mas sem nenhuma prova e sem que os prisioneiros tenham
direito à defesa. Por que? Para quê?
Está
claro como a luz do dia que ataques contra embaixadas, consulados e cidadãos
norte-americanos continuarão enquanto o terrorismo de Estado Ianque persistir,
pois a cada ação corresponde uma reação igual e de sentido contrário.
É
terrorismo versus terrorismo!
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