Movimentos sociais voltam às ruas na tarde de hoje
Por Messias Pontes
Depois de uma pausa, as ruas do País, em
especial as de São Paulo, devem ter de volta na tarde de hoje as grandes
manifestações que empolgaram a Nação no mês de junho último. Desta vez também
convocadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) que antes questionava o preço das
tarifas do transporte público – ônibus, trens e metrô -,mas agora o mote é a má qualidade dos transportes
ferroviários de São Paulo e a roubalheira tucana nos últimos 20 anos naquele
estado. As centrais sindicais também estão convocando os trabalhadores para se
juntarem ao movimento para protestar contra a terceirização.
MPL e centrais sindicais marcaram a
concentração para logo mais às 15 horas no Vale do Anhangabaú, centro da
capital. As robustas denúncias de formação de cartel entre empresas
estrangeiras, em conluio com os últimos governos tucanos que há duas décadas
governam o maior estado do País fraudando concorrências para vencer licitações
de reforma de composições e ampliação das linhas do Metrô e Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM), foram a principal motivação para a volta das
manifestações de rua.
Entendem as lideranças do MPL que a fortuna
desviada dos cofres públicos para engordar as contas bancárias de tucanos de
alta plumagem e para financiar campanhas de candidatos do PSDB poderia não só
propiciar uma tarifa bem menor, bem como melhorar a qualidade dos transportes
em São Paulo, notadamente do ferroviário.
A manifestação de hoje convocada pelo MPL tem
o apoio do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato da Zona
Sorocabana e da Central Única dos Trabalhadores, que estão mobilizando suas
bases. As demais centrais também estão convocando suas bases para junto ao MPL
e Metroviários protestarem contra a terceirização que está cada vez mais
precarizando o trabalho, aviltando os direitos dos trabalhadores. Esse processo
de terceirização teve início durante a ditadura militar (1964-1985), mas
fortalecido nos governos neoliberais dos dois Fernandos: o Collor de Mello e o
Coisa Ruim, mas inexplicavelmente dado continuidade nos governos democráticos
de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Nas três últimas edições a revista IstoÉ
trouxe amplas reportagens, documentadas e com provas testemunhais da formação
de cartel das empresas estrangeiras que fraudaram concorrências, destacando-se
a alemã Siemens e a francesa Alston. As maracutaias iniciaram-se no governo de
Mário Covas, intensificando-se nos de José Serra e Geraldo Alckmin, e o
montante desviado do Erário ultrapassa meio bilhão de reais.
Um segundo movimento de protesto, este
convocado pelas centrais sindicais e movimentos estudantil e comunitário está
programado para as 17 horas em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo. Os
manifestantes exigirão a instalação imediata de uma comissão parlamentar de
inquérito (CPI) para ir fundo na apuração das denúncias de corrupção em
licitações do Metrô. O rolo compressor tucano no Legislativo estadual fará de
tudo para impedir a CPI. Contudo as lideranças sindicais, estudantis e
comunitárias acreditam que a pressão das ruas forçará a instalação da comissão,
até porque a blindagem da velha mídia conservadora, venal e golpista, toda ela
tucana, está desmoronando, já que a Globo, Folha de São Paulo e Estadão já não
mais escondem o propinoduto tucano.
Apesar de motivações diferentes para a
convocação das duas manifestações de protesto, a sonegação fiscal da Rede Globo
de mais de R$600 milhões será denunciada. A palavra de ordem “O povo não é
bobo, fora a Rede Globo” será ouvida tanto no Anhangabaú como na Assembleia
Legislativa. Neste caso a pressão é para que os deputados federais assinem a
CPI proposta pelo deputado Protógenes Queiroz, do PCdoB de São Paulo, para
apurar a sonegação fiscal da emissora da famiglia Marinho.
Espera-se que a bancada do Partido dos
Trabalhadores não se acovarde como fez a maioria petista com relação à CPI
proposta pelo mesmo Protógenes para apurar as denúncias contidas no livro A
privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Filho, onde é esmiuçado todo o
processo de corrupção tucana durante a privatização – o mais correto seria a
entrega – do patrimônio público no desgoverno do Coisa Ruim (FHC), o maior
escândalo de corrupção desde a proclamação da República.
É
muita corrupção!
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