Tudo é sagrado
2013. Mais um ano que se finda! Com ele, passaram
alegrias, tristezas, realizações, frustrações, o bom e o ruim que possamos ter
construído ou contribuído para tal. Mas, como observa o sábio, “tudo que
fazemos é sagrado”: o trabalho, o ofício, a arte, as relações sociais. Como
dizia o cantor e compositor baiano, “tudo é divino, tudo é maravilhoso!”
Por outro lado, “O evangelho é a boa nova, que
Jesus veio ao mundo anunciar”. Muitos o receberam, outros tantos ouviram, mas não
o compreenderam. Aí, lembra-se a parábola do semeador, sobejamente conhecida
por quem costuma visitar os compêndios bíblicos.
Em nós, a grande seara é o nosso coração, se é que
assim podemos fazer essa comparação. Considerando assim, é preciso sempre
questionar: na semeadura, aonde foi cair a semente semeada em nosso coração? Em
terreno fértil, que nasceu, cresceu, floresceu e frutificou? E em frutificando,
amadureceu e deu alimento para muitos? Ou foi aquela semente que até caiu em
solo bom, chegou a nascer, mas, por falta de ‘zelos culturais’ foi sufocada
pelas ervas daninhas e pereceu? Ou foi, ainda, aquela semente que caiu em terra
árida mas só serviu para ser comida pelas aves do céu que pousaram sobre ela? Então,
que cuidado tivemos com a palavra bíblica recebida, à luz da parábola
supramencionada? Reflitamos, pois.
Bem, mas ainda mirando o pensamento do sábio, do
poeta, do compositor, do cantor, enfim, as artes são mesmo divinas e
maravilhosas. São bênçãos de Deus. Por elas, muitas maneiras há de nos permitir
que essas bênçãos cheguem a todo mundo, e interfiram para melhorar a vida de
muitas pessoas. Cabe ao artista (ou quem da arte faça uso) a responsabilidade
de entender a mensagem da qual a arte é o instrumento – e procurar, sempre que
possível – dividi-la com os outros.
E aqui cabe colocarmos a afirmação de que, todos
nós somos artistas em potencial. Não importa o que fazemos: se pintamos,
escrevemos num jornal, veiculamos notícias em blogs, falamos numa rádio ou numa
televisão. Ou até mesmo se dirigimos um ônibus, trabalhamos num banco, servimos
numa mesa de restaurante, cuidamos dos filhos em casa, não importa. Em nossas
vidas, e em nossas atitudes, a mensagem de Deus está presente! Somos todos
artistas, por que não? Pois, já que somos artistas e temos a oportunidade de
veicular o divino, pela arte, cabe a cada um nós dar um sentido sagrado a tudo
que fazemos.
E assim, seremos capazes de melhorar nossa própria
vida e a dos outros também. Consequentemente, contribuiremos para um mundo mais
feliz e melhor.
Este blog, em seus apenas oito meses de editoração,
quer nesta última edição do ano – sim, porque faremos um pequeno intervalo de
dois dias, retornando em 2 de janeiro de 2014 -, agradecer penhorado, a todos
os seus leitores, pela confiança que todos dispensaram a esta crônica. Em pouco
tempo, mais de 40.000 leitores, em acesso direto, espontaneamente, tornaram-se
aficionados dessa leitura. E, à medida que o número de adeptos evoluía, entendíamos
crescer ainda mais a nossa responsabilidade em todos os aspectos, sobretudo na
seleção das opiniões formuladas e nas imagens e informações reproduzida, em
nome do respeito aos nossos leitores Pois,
sabemos que ao formarmos uma opinião, projetarmos uma imagem e/ou reproduzirmos
uma informação, precisamos ter sempre em mente que cada gesto nosso pode
interferir de algum modo no pensamento de muitas pessoas. Parafraseando Michel
Maffesoli (in A parte do Diabo), “o bem e o mal coabitam em nós”. É preciso saber distinguir sobre quem
pretendemos alimentar.
Um abraço a todos. Muito obrigado.
Feliz 2014!
Herculano Costa - Editor do blog
Herculano Costa - Editor do blog