Folha elimina Aécio. Quem
sobra no PSDB?
Em outubro de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) era dono de um imenso
capital político. Havia conquistado 48,5% dos votos e por muito pouco não
chegou à presidência da República. Depois de tal desempenho, o melhor entre
todos os candidatos tucanos nas quatro derrotas presidenciais sofridas pelo
PSDB desde 2002, Aécio tinha tudo para se preparar com calma para 2018.
O parlamentar mineiro, no
entanto, decidiu ser menos Tancredo Neves e mais Carlos Lacerda. Assumiu um
discurso moralista e apostou no 'quanto pior, melhor', quando até as montanhas
de Minas sabiam que esse não seria um caminho apropriado para seu sucesso na
política.
Resultado: ainda que a presidente
Dilma Rousseff tenha sido provisoriamente afastada do seu cargo, graças à
aliança entre Aécio e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poucos políticos sofreram tantos
danos nos últimos anos quanto o presidente nacional do PSDB.
Aécio já foi citado por diversos
réus da Lava Jato como chefe de um mensalão em Furnas, por Delcídio Amaral como
responsável por maquiar dados da CPI dos Correios (o que será confirmado por
Marcos Valério) e agora será citado por Léo Pinheiro, da OAS, como cobrador de
uma propina de 3% nas obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais.
Léo Pinheiro diz ter provas e
documentos para provar como os recursos ilícitos eram pagos, por meio de
Oswaldo Borges da Costa, tesoureiro informal de Aécio e dono do avião utilizado
pelo parlamentar.
Alckmin, Marconi e Serra
Com isso, o presidente nacional
do PSDB fica praticamente excluído da próxima disputa presidencial, abrindo
espaço para três nomes no PSDB: os governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo,
e Marconi Perillo, de Goiás, assim como o chanceler José Serra. Contra Alckmin,
pesa o fato de ser o político mais rejeitado pela juventude brasileira, por seu
perfil extremamente conservador. Contra Serra, há a sua associação com o
governo ilegítimo de Michel Temer e também o fator da idade já avançada.
Aécio seria o candidato natural
do PSDB. Mas depois de quase chegar ao poder em 2014, ele apostou no 'quanto
pior, melhor', incentivou o golpe parlamentar contra a presidente Dilma e
acabou se dando mal.
De Brasília, Brasil 247, 26/06/2014, às 09h14
De Brasília, Brasil 247, 26/06/2014, às 09h14
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