sábado, 31 de dezembro de 2016
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Opinião - Artigo
DIÁRIO
DE PERNAMBUCO
Inocêncio Nóbrega (*)
O segundo mais antigo jornal, ora em circulação na América
Latina, “El Mercurio”, surgiu em Valparaíso, Chile, a 12 de setembro de 1827. À
semelhança de seu título sucede ao “El Mercurio de Chile”, que dava cobertura
aos acontecimentos políticos pela independência do Brasil. Havia, também, “Le
Aurora” e “Gaceta Ministerial”, aquele dirigido por Camilo Henriquez.
No
Brasil, dois anos antes, 7 de novembro de 1825, menos aos domingos já percorria
nas ruas de Recife e Olinda o “Diário de Pernambuco”. Ele é, sem dúvida, o mais
vetusto órgão de imprensa a correr no nosso Continente, além da capital
pernambucana as principais cidades do nordeste, consigo trazendo a
respeitabilidade e experiência na condição de testemunha ocular de conturbados
períodos da nossa história, inclusive de parte do Império. Quando veio à lume,
numa segunda-feira, dia de S. Florêncio, em quatro páginas, duas colunas,
editado que era na “Typographia Miranda & Companhia”, de seu próprio
idealizador, Antonio José de Miranda Falcão, o número inaugural, vendido ao
preço de 10 réis, dizia de sua destinação: cobrir a movimentação diária das
entradas e saídas das embarcações, negócios comerciais e imobiliários de
compras e vendas, leilões, roubos, perdas, viagens e avisos.
No
meu livro, “Independência! No Grito e na Raça”, trago o registro desse
lançamento, feito por um periodista, em espanhol, referindo-se à “publicación
brasileña que llega hasta nuestros dias”. Interessante a percepção de seu
idealizador, de que o porto recifense dividia com o do Maranhão a exportação de
produtos dos sertões cearenses: sal, couraças, algodão, que se acumulava com de
outras regiões, a exemplo do açúcar, recebendo,
por outro lado, escravos africanos.
Normalmente voltavam com, cristais, louças, pratarias, porcelanas “made in
england”, móveis do melhor estilo europeu, além de outras quinquilharias, para
satisfação da sociedade burguesa. Mudou-se, com o decorrer dos tempos, sua
trajetória, ao se incorporar, decididamente, à causa libertária, rendendo ao
Miranda Falcão vários processos judiciais.
Oito
gerações de abnegados profissionais, durante 19 décadas, se envolveram nesse
constante desafio de levar, com seriedade, informações e cultura, inicialmente a
uma população de 25 mil habitantes. Recentemente falecido poeta maranhense,
Ferreira Gullar, foi um dos seus mais proeminentes articulistas, assim como
tantos outros, de todos os estados de sua influência. Assim, a história do DP
se confunde com a do jornalismo nacional. Não obstante pernambucano, a partir
de 1931 integrou-se à grande família dos Diários Associados, do saudoso
paraibano Assis Chateaubriand, onde ainda continua. Surpreendeu-me, todavia, que sua edição nº
310, de 07.11 deste ano, cujo exemplar
tenho em mãos, não trouxe, sequer, uma linha lembrando seu 191º aniversário.
Lamento essa perda de memória, que começa tomar conta de jovens
administradores, de ativos públicos ou privados, ainda mais em se tratando de
um patrimônio cultural como é o “Diário de Pernambuco”, ao qual rendo minhas
modestas homenagens, mesmo tardiamente.
(*) - Inocêncio Nóbrega é jornalista e escritor - inocnf@gmail.com. Em 30/12/2016
Inaugurações - Sobral
O prefeito Veveu Arruda
entregou aos sobralenses, nesta quinta-feira (29), às 19 e às 20
horas, o Museu MADI Sobral e a 'Pinacoteca de Sobral - Espaço
Raimundo Cela', respectivamente.
Com acervo permanente formado por esculturas, pinturas e desenhos
de valor artístico inestimável, os equipamentos passaram por reformas nas
estruturas elétricas, físicas e hidráulicas e receberam ainda pintura e sistema
de climatização e de monitoramento com travas, câmeras e alarmes, para
proporcionar maior conforto aos visitantes.
O Museu MADI disponibilizará novamente seu acervo composto por
cerca de 100 obras, de 60 artistas de 14 países, que foram doadas ao Município
pelos autores das peças. Como o Museu MADI de Sobral, inaugurado pelo então
prefeito Cid Gomes, em 2005, em todo o mundo, existem apenas outros quatro na
França, Argentina, EUA e Finlândia.
Já a 'Pinacoteca de
Sobral - Espaço Raimundo Cela' funcionará no Palacete Chagas Barreto, ao lado
do Theatro São João, onde abriga acervo de renomados pintores e artistas
plásticos internacionais, nacionais, estaduais e sobralenses. Obras de tempos
variados (séculos XIX e XX) e arte contemporânea, compõem seu acervo que, em
sua grande maioria, foi doado pelo premiado cientista Roberto Alves de Lima,
por Lucia e Roberto Galvão e artistas autores das demais obras.
Por Herculano Costa, 30/12/2016. Ilustrações/Imagens: Museu Madi - Francisco. Antonio Magalhães; Pinacoteca - Maria Carvalho
Municípios - Estado de Emergência
20% das prefeituras vão começar
2017 em estado de emergência
O fim do ano — e dos mandatos dos prefeitos —
trouxe à tona o caos nas finanças municipais no Brasil, diretamente afetadas
pela política de "quanto pior melhor" instaurada por forças políticas
para permitir derrubada de Dilma Rousseff. Com menos repasses federais e
arrecadação própria de impostos, os municípios têm dificuldades para enfrentar
problemas como a seca. Quase 20% dos prefeitos do país que vão assumir o cargo
neste dia 1º de janeiro governarão municípios em situação de emergência ou estado
de calamidade pública. Levantamento indica que nada menos do que 999 cidades
têm decretos reconhecidos pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
com validade até 2017. O país possui 5.570 municípios. A região Nordeste é a
mais afetada.
As informações são do UOL.
"Os decretos de anormalidade têm validade de
90 ou 180 dias e vencem entre janeiro e abril de 2017. Com eles, prefeitos
reduzem burocracia e têm direito a verbas federais exclusivas para ações de
resposta ao desastre --seja ele qual for.
O Estado proporcionalmente mais afetado é o Rio
Grande do Norte, onde 153 dos 167 municípios estão em emergência por estiagem
ou seca.
Na Paraíba, há o maior número de prefeituras em
números absolutos: 197, todos também pela severa estiagem.
Já no Rio Grande do Sul há a maior variedade de
motivos para decretação de emergência. Os 35 municípios decretaram emergência
por chuva, granizo, inundações, deslizamentos, ressaca e vendaval.
Com a pior seca do Nordeste, quase metade dos
municípios da região entram 2017 em emergência. São 853 dos 1.794 municípios em
emergência válida até alguma data do próximo ano.
Entre todos, apenas Jaborandi (BA) está em
emergência por outro motivo: estragos causados pela chuva.
A situação, inclusive, levou chefes de Executivo a
desistirem da candidatura à reeleição, como o prefeito Jorge Dantas (PSDB) de
Água Branca, no sertão alagoano."
De Brasília, Brasil 247, 30/12/2016
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