Só um novo golpe impedirá a volta de Lula
A
presidente deposta pelo golpe, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira 24,
de passagem pelo México, que só "por meios golpistas é possível invalidar
um processo de eleição livre, direta, onde se respeite o voto popular", e
assim, evitar o triunfo do ex-presidente Lula nas eleições.
A declaração foi feita em entrevista ao jornal La Jornada. Na palestra
que deu no seminário "América Latina: política, futuro, igualdade",
promovido pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, Dilma também
defendeu a candidatura de Lula e mostrou confiança em sua vitória, com base nas
últimas pesquisas de intenção de voto.
"Não
podem tirar o Lula do processo eleitoral. Apesar de darem grande espaço nos
meios de comunicação para destruir sua biografia, ele é o mais apoiado. Depois
dele, quem tem mais apoio é de extrema direita", lembrou.
Dilma
Rousseff ressaltou também que "a América Latina está num processo de
retorno ao neoliberalismo" e criticou duramente as políticas
"neoliberais" adotadas pelo governo "ilegítimo" de Michel
Temer. "Não é uma questão única do Brasil: toda a América Latina está num
processo de retorno ao neoliberalismo", disse. "Aproveitaram a crise
emergente para chegar ao poder. Se não tivessem nos culpado pela crise
econômica, não teriam conseguido", completou.
"O
Governo ilegítimo está implementando políticas como o congelamento dos gastos
públicos por 20 anos; isso significa o congelamento dos gastos em educação e
saúde, que afeta os mais pobres", lembrou Dilma. "Sem investimento em
ciência e educação, não poderemos entrar na economia do conhecimento",
acrescentou. Ela denunciou ainda a "precarização" do trabalho no
Brasil, "uma das características fundamentais do neoliberalismo".
De Brasília, Brasil 247, em 25/04/2017, às 15h43
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