Brasil perdeu R$ 466 bi com retração do
PIB em dois anos, diz ministro do TCU
A retração do Produto Interno Bruto (PIB) por dois
anos sucessivos causou prejuízo de R$ 466 bilhões à economia brasileira. O
cálculo foi feito pelo ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União
(TCU), a partir dos dados de 2015 e 2016, quando o conjunto dos bens e riquezas
produzidas no país encolheram 3,8% e 3,6%, respectivamente.
“A desgovernança causou um enorme prejuízo para o
Brasil, que perdeu R$ 466 bilhões devido à perda de confiança e,
consequentemente, de investimentos na nação”, afirmou o ministro, associando a
falta de crescimento ao descumprimento da legislação.
“Todos perdemos com essa crise, que aconteceu em
decorrência da falta de cumprimento das leis, especialmente da Lei de
Responsabilidade Fiscal”, disse Nardes, durante cerimônia de abertura do 3º
Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial,
organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília.
Para o ministro, a recuperação dos prejuízos e a
retomada do crescimento vai demorar e exigirá reformas políticas.
“É difícil prever o futuro, mas é claro que teremos
dificuldades pelos próximos cinco, seis anos. Com as recentes perdas, voltamos
a uma situação econômica próxima a do final da década passada. Recuperar isso
será um processo muito lento e dependerá de algumas reformas de que o país
precisa e sem as quais não teremos como arcar com o chamado custo Brasil, que é
muito alto”, disse à Agência Brasil.
O ministro defendeu a necessidade de órgãos de
Estado trabalharem de forma coordenada e oTCU aferir as contas públicas. Ele
criticou ainda a falta de planejamento na elaboração de políticas e construção
de obras públicas.
“Gasta-se muito dinheiro de forma irregular no
país, por não termos um planejamento adequado”, ressaltou, citando a ausência
de políticas, programas ou diretrizes especificas para os municípios que
abrigam patrimônios da humanidade. “Não há priorização, nem uma coordenação. É
nisso que queremos auxiliar o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional]: fazer uma auditoria gratuita para quem vai tomar decisão.
O trabalho do TCU visa orientar a quem quer que esteja no governo. O TCU tem
que mostrar aonde estão os gargalos da administração pública.”
De Brasília, Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil, 11/04/2017, às
13h54
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