Capitais
registram greve de categorias e protestos nesta sexta-feira
Em várias cidades do país,
trabalhadores de diversas categorias participam hoje (28) da greve geral
convocada pelas centrais sindicais, em protesto contra as reformas
trabalhistas e da Previdência. Na maioria das cidades, o transporte
público - metrô e ônibus - não funcionou e as escolas e agências bancárias
estão fechadas. Os manifestantes protestam com bloqueios de vias e
rodovias.
São Paulo
Ônibus, trens e a maioria das linhas
de metrô estão paradas. Apenas um pequeno trecho da malha metroviária
paulistana, a Linha 4 Amarela, que liga a Luz, na área central, até o Butantã,
na zona oeste, funcionou durante a manhã. Os serviços do Metrô e da
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) voltaram a funcionar
parcialmente na capital paulista no início da tarde,
O comércio está funcionando na
cidade. E algumas das principais vias da cidade estão bloqueadas por atos de
protestos.
As linhas de ônibus urbanos também
estão paralisadas e apenas pequenos ônibus coletivos fazem percursos curtos
dentro dos bairros periféricos. Na zona sul da capital paulista, diversos
passageiros se reuniram no terminal do Grajaú, que não tem ônibus. O mesmo
ocorreu na estação Corinthians Itaquera onde os trens do metrô não
circularam.
Grupos de manifestantes bloquearam
vias da capital paulista, formando barricadas com pneus, que foram
queimados. Policiais da tropa de choque da Polícia Militar e bombeiros
apagaram focos de incêndio. Alguns pontos da cidade que ficaram bloqueados
foram a Avenida 23 de Maio, uma das principais ligações entre o centro e a zona
sul, a Avenida Tiradentes, que une a área central à zona norte, e também a
Marginal do Tietê na altura do Terminal Rodoviário, além da Avenida Ipiranga,
no centro.
Houve bloqueio também no Km 15 da
Rodovia Anhanguera e o trânsito foi interrompido. Houve confronto entre
policiais e manifestantes. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha
para dispersar a manifestação. Os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos
funcionaram normalmente e não houve interrupção dos voos.
Pelo menos 16 pessoas foram presas
até as 10h na capital paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP)
por vários motivos - desde agressão a policiais a atos de vandalismo nas
manifestações.
Rio de Janeiro
Manifestantes bloqueiam várias vias
da cidade. Segundo o Centro de Operações da prefeitura, há bloqueios na
Avenida Radial Oeste, Linha Vermelha, Avenida Dom João VI, Avenida Abelardo
Bueno, Via Expressa do Porto e Túnel Marcello Alencar. A cidade do Rio de
Janeiro entrou em estágio de atenção às 6h50 por causa dos bloqueios no
tráfego.
Terminal
rodoviário Américo Fontenelle, na Central do Brasil, funciona
parcialmente (Foto:
Tânia Rêgo)
Manifestantes saíram do Largo do
Machado em direção ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, sede do governo
estadual, para participar de um ato liderado pelo Movimento Unificado dos
Servidores Públicos do Rio (Muspe). Eles protestam contra a crise financeira no
estado, que tem reflexos na prestação dos serviços essenciais à população e
atraso no pagamento do salário dos servidores públicos.
Trens e metrô operam normalmente. Os
ônibus urbanos funcionam parcialmente, mas segundo a concessionária Rio Ônibus,
o sindicato das empresas de ônibus, a maior parte da frota está nas ruas. Os
serviços de BRT de ônibus expressos, como a Transcarioca, a Transoeste e a
Transolímpica, também estão funcionando. A concessionária informou que a operação
ficou irregular em alguns momentos devido às manifestações.
Sobre o Veículo Leve sobre Trilhos
(VLT), a circulação na Linha 1, que faz ligação entre a Rodoviária Novo Rio e o
Aeroporto Santos Dumont, está parcialmente interrompida e os bondes circulam apenas
entre a rodoviária e a parada dos museus, na Praça Mauá, zona portuária da
cidade. A Linha 2, que faz o trajeto Saara – Praça Quinze, não está
operando.
As barcas que fazem a travessia da
Baía de Guanabara funcionam parcialmente, devido à um protesto na estação Praça
Araribóia, em Niterói. Com isso, o serviço de barcas tradicional, que faz a
ligação entre Rio e Niterói, não está operando. Já o serviço expresso feito com
os catamarãs, que circulam mais rápido na travessia da Baía de Guanabara, com um
preço mais alto, estão funcionando.
A situação na Ponte Rio-Niterói já
está normalizada. Mais cedo, manifestantes bloquearam a pista no sentido Rio,
pouco depois das 6h. A via ficou totalmente interditada por cerca de uma hora e
meia e o tráfego foi normalizado por volta das 8h. No momento, o trânsito é
intenso na via. A travessia no sentido Rio é feita em 40 minutos, três vezes
mais que o normal, devido a bloqueios em vias da zona portuária da capital.
Na Rodoviária Novo Rio, houve
enfrentamento entre a tropa de choque da Polícia Militar e manifestantes, que
bloquearam a via expressa do Porto do Rio. Para dispersar os manifestantes, a
Polícia Militar usou bombas de efeito moral. Os manifestantes reagiram,
atirando pedras e quebraram o vidro traseiro de uma patrulha da PM. Em
seguida, a manifestação fechou o acesso junto ao antigo Gasômetro, evitando a
passagem dos motoristas em direção à Avenida Francisco Bicalho. O bloqueio foi
rápido e a tropa de choque da Polícia Militar dispersou os manifestantes.
As agências bancárias no centro da
cidade do Rio de Janeiro estão com as portas fechadas nesta sexta-feira (28).
Na Avenida Rio Branco, que tem a maior concentração de agências bancárias na
cidade, todas as 27 agências visitadas pela reportagem estavam fechadas.
Cerca de um terço dessas agências
estava aberto apenas para uso dos caixas eletrônicos. A maioria estava fechada
com grades ou com tapumes e, muitas delas, com grevistas parados em frente às
agências.
Segundo o Sindicato dos Bancários, no
centro da cidade a adesão à greve é total.
Brasília
Na capital federal, as vias de acesso
ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek chegaram a ficar bloqueadas por
manifestantes, mas já estão liberadas e o tráfego flui sem problemas. As pistas
foram bloqueadas nos dois sentidos por volta das 5h30. Os manifestantes fizeram
barreiras, com pneus em chamas. A Polícia Militar chegou a interditar os
acessos às pistas até que os bloqueios fossem retirados.
A Rodoviária
do Plano Piloto está sem ônibus devido ao ato de protesto contra as reformas
trabalhistas e
da Previdência (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A Inframérica, empresa concessionária
que administra o terminal, informou, por meio de comunicado publicado na
internet, que, apesar da paralisação, o terminal está operando, mas que podem
ocorrer atrasos nos voos. A empresa aconselha aos passageiros consultarem
a situação de seus voos com as companhias aéreas antes de se deslocar para o
aeroporto. A Inframérica informa ainda que dos 26 voos previstos para o período
da 0h às 6h, quatro voos sofreram atrasos acima de 30 minutos e dois foram
cancelados.
Os ônibus e o metrô continuam
parados. Os rodoviários e metroviários aderiram à greve e vão paralisar por 24
horas. Passageiros estão usando o transporte alternativo, como vans, táxis e
veículos particulares para ir ao trabalho.
No Congresso Nacional, a segurança
foi reforçada. As visitas guiadas à dependências da Câmara e do Senado estão
suspensas há uma semana e continuam proibidas por tempo indeterminado. Desde à
meia-noite, o acesso de carro à Esplanada dos Ministérios está fechado. Sé
é possível chegar à região a pé ou por vias auxiliares.
Além do gramado em frente ao
Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério das
Relações Exteriores foram cercados por grades. Muitos ministérios estão com
parte das fachadas coberta por tapumes. A Secretaria de Cultura do Distrito
Federal informou que a Biblioteca Nacional, o Museu da República, o Centro
Cultural Três Poderes e o Memorial dos Povos Indígenas, que ficam na Esplanada,
também não abrirão hoje por causa dos protestos.
O governo do Distrito Federal não
informou quantos policiais militares atuarão no reforço da segurança, mas
muitos do serviço administrativo podem ser acionados para atuar nas principais
vias do DF, juntamente com o Batalhão de Choque, a Cavalaria e a Rotam (Rondas
Ostensivas Táticas Motorizadas). A expectativa é de que ainda hoje, pelo
menos 10 mil passem pelo local. Para evitar tumulto, dois cordões de revista
pessoal serão montados pela PM nos acessos à Esplanada pela rodoviária do Plano
Piloto e pelos anexos dos ministérios. Não será permitido chegar ao local com
cabos de bandeiras, sprays, objetos perfurantes ou cortantes, flechas e
garrafas de vidro.
O esquema montado para hoje prevê
ainda equipes do Batalhão de Trânsito e do Corpo de Bombeiros na área central
da capital federal para atender a emergências.
As vias de acesso ao Aeroporto
Internacional Juscelino Kubitschek já estão liberadas e o tráfego flui sem
problemas. As pistas foram bloqueadas nos dois sentidos por volta das 5h30. Os
manifestantes fizeram barreiras, com pneus em chamas. A Polícia Militar chegou
a interditar os acessos às pistas até que os bloqueios fossem retirados.
Paraná
Manifestantes bloquearam rodovias federais
no estado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR 277, em São
José dos Pinhais, um grupo de pessoas fez um bloqueio, no km 69, nas imediações
da fábrica da Renault, prejudicando o tráfego de veículos.
Manifestantes
bloqueiam a BR-277, na altura do quilômetro 69, em São José dos Pinhais, no
Paraná
(Foto: Eric Zardo/Divulgação PRF)
Em Araucária, a BR 476 foi bloqueada
por volta das 8h30 na altura do km 150, em frente à refinaria da Petrobras,
causando um engarrafamento de dois quilômetros. Em Mauá da Serra, na BR-376, o
bloqueio ocorre no km 295, em frente ao Posto Bambu. Outra interdição
ocorre no km 406 da BR-158, em Laranjeiras do Sul. Segundo a PRF, cerca de 200
manifestantes sem-terra estão no local.
O transporte público foi interrompido
nas maiores cidades do Paraná. Em Curitiba, exames e consultas no Hospital
de Clínicas foram cancelados.
Manifestantes marcharam para em
direção ao centro cívico, onde fica a sede dos três Poderes. De acordo com a
PM, 5 mil pessoas participam do ato. A Força Sindical no estado estima em 20
mil participantes.
Santa Catarina
A BR-116 está com o tráfego
interrompido no Km 184, na junção com a BR-470, no município de São Cristóvão
do Sul.
De acordo com a concessionária que
administra a rodovia, cerca de 500 pessoas, que chegaram em 12 ônibus,
bloqueiam a pista.
A previsão dos manifestantes é
desobstruir a rodovia por volta das 15h. As equipes da concessionária e a
Polícia Rodoviária Federal estão no local orientando o fluxo de veículos.
Porto Velho
Porto Velho está sem ônibus e com
escolas e bancos fechados por causa da greve geral. Os manifestantes vão se
concentrar na Praça das Três Caixas D'água.
Recife
Na capital pernambucana e na região
metropolitana, os ônibus não estão circulando desde o início da manhã.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT)
determinou que 30% da frote circule. Os sindicatos dos rodoviários podem ser
multados em R$ 100 mil caso a decisão não seja cumprida.
Foram registrados protestos nas BR
232 e 101, que fecharam parte das rodovias. Escolas, agências bancárias,
comércio e mercados públicos não abriram.
O aeroporto e as delegacias de
plantão da Polícia Civil estão funcionando.
Salvador
Manifestantes bloquearam as vias de
acesso à capital, que começaram a ser liberadas a partir do meio-dia. Os
rodoviários aderiram à greve e os ônibus não circularam. Bancos e comércio
ficaram de portas fechadas.
Em três pontos da cidade, foram
registrados confrontos entre policiais e manifestantes. A polícia usou bombas
de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha para dispersar o
protesto. A corporação informou que usou das medidas para liberar as vias
bloqueadas.
Os manifestantes iniciaram uma marcha
no bairro do Campo Grande, que deve terminar no bairro do Rio Vermelho.
De Brasília, Agência Brasil,
com informações das sucursais do Rio de Janeiro, de
São Paulo e da Radioagência Nacional, 28/04/2017, às 11h54
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