Construção civil vai à
lona com um ano de golpe
Arrasado
pela Lava Jato e pela crise econômica criada para tirar Dilma Rousseff do
poder, o setor de construção civil segue agonizando. De
janeiro a março, as construtoras perderam R$ 582 milhões.
As informações são de reportagem de Chiara Quintão no Valor.
"Os
resultados do primeiro trimestre apresentados pelas incorporadoras de capital
aberto apontam que, apesar da melhora dos dados operacionais, a receita
setorial caiu e o resultado líquido piorou. Com a queda acumulada de
lançamentos nos últimos anos, o número de obras diminuiu bastante, resultando
em menos composição da receita, que passou a ser mais dependente da venda de
unidades já prontas. O indicador continua a refletir também distratos elevados,
ainda que menores, em decorrência de menos entregas.
Nos
próximos trimestres, receita e resultados líquidos tendem a continuar
pressionados por volume pequeno de obras, pelos estoques elevados e pela revenda
de unidades distratas com margens menores.
De
janeiro a março, CR2, Cyrela, Direcional Engenharia, Even Construtora e
Incorporadora, EZTec, Gafisa, Helbor, João Fortes, MRV Engenharia, PDG Realty,
Rodobens Negócios Imobiliários (RNI), Rossi Residencial, Tecnisa, Tenda, Trisul
e Viver Incorporadora tiveram prejuízo líquido consolidado de R$ 582,4 milhões,
40% maior do que a perda registrada um ano antes, conforme levantamento do
Valor DATA. A receita líquida caiu 16%, para R$ 3,539 bilhões, incluindo a receita
de incorporação da JHSF.
Direcional,
Even, Helbor, RNI e Tecnisa reverteram o respectivo lucro líquido do primeiro
trimestre do ano passado em prejuízo líquido. PDG continuou a responder pela
maior perda do setor, mas reduziu seu prejuízo em 32,7%, para R$ 276 milhões.
Cyrela e EZTec apresentaram queda do lucro líquido. Apenas MRV, Tenda e Trisul
tiveram ganhos líquidos superiores na comparação anual. MRV e Tenda são as
principais incorporadoras com atuação no programa habitacional Minha Casa, Minha
Vida.
As
companhias lançaram e venderam mais no primeiro trimestre do que no mesmo
período de 2016 e registraram queda nos distratos, considerando-se a parcela
própria das incorporadoras nos empreendimentos."
De Brasília, Brasil 247, em 17/05/2017, às 10h56
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