PF faz busca e
apreensão na casa de Aécio Neves
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal realizam
operação da força-tarefa da Lava Jato desde o início da manhã desta
quinta-feira (18), no Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Federal, estão sendo cumpridos mandados de busca
a apreensão em pelo menos três alvos: o senador Aécio Neves; a irmã dele, Andrea
Neves; e Altair Alves, suspeito de ser “laranja”.
Aécio foi responsável pelo golpe de 2016, que arruinou a economia
e a imagem do Brasil.
Além de ter pedido e recebido propina de R$ 2 milhões, ele afirmou
que o entregador da mala deveria ser alguém que eles pudessem matar antes que
se tornasse delator.
Abaixo,
nota da Reuters:
Policiais
federais cumprem na manhã desta quinta-feira mandado de busca e apreensão em um
apartamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Rio de Janeiro, em um
desdobramento da operação Lava Jato, segundo a TV Globo.
Imagens da emissora mostraram agentes da PF entrando em um prédio
de frente para a praia de Ipanema onde o senador, que também é o presidente do
PSDB, tem um apartamento, segundo a Globo.
Carros da Polícia Federal também foram vistos chegando ao
Congresso Nacional nesta manhã, acrescentou.
A operação, um desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada depois
que Aécio foi gravado pedindo 2 milhões de reais ao empresário Joesley Batista,
um dos donos do frigorífico JBS.
Procurada, a Polícia Federal disse que irá se manifestar
"assim que for possível".
Do Rio de Janeiro - Agência Reuters - Por
Pedro Fonseca
Abaixo,
nota da Reuters sobre a explicação de Aécio:
Apontado
como alvo de uma gravação em que teria pedido 2 milhões de reais ao empresário
Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, o presidente do PSDB, senador
Aécio Neves (MG) disse estar "absolutamente tranquilo quanto à correção de
todos os seus atos" e afirmou que sua relação com o empresário era
"estritamente pessoal".
Segundo reportagem do O Globo, confirmada pela Reuters com três
fontes com conhecimento do assunto, Joesley gravou o pedido de Aécio e a cena
foi filmada pela Polícia Federal.
"O senador Aécio Neves está absolutamente tranquilo quanto à
correção de todos os seus atos. No que se refere à relação com o senhor Joesley
Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor
público", afirma a nota divulgada pelo tucano.
"O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações
para prestar todos os esclarecimentos necessários."
Aécio, que até recentemente era apontado como possível candidato à
Presidência nas eleições de 2018, já teve o nome mencionado em delações da Lava
Jato e seu nome tem perdido força quando se trata da disputa nacional, o que
deve se agravar com a acusação desta quarta.
Presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, o vereador
Mario Covas Neto, filho do falecido ex-governador paulista Mario Covas, figura
histórica do tucanato, divulgou vídeo em que defende que Aécio deixe o comando
nacional do partido.
"Senador Aécio Neves, chegou a hora de o senhor sair da
presidência nacional do PSDB", afirma Covas Neto no vídeo.
"O senhor (Aécio) não tem mais condições de presidir o
partido. Não dá para alguém que está sendo acusado de uma série de coisas ficar
à frente de um partido que foi criado sob a égide da ética, da correção e da
boa gestão pública."
De Brasília, Agência Reuters - Por Marcela Ayres e Maria Carolina Marcello
Deputado aliado de Temer
A reportagem de O Globo também afirma que Joesley Batista gravou
uma conversa com Temer em que o presidente dá aval para a compra do silêncio do
ex-deputado federal Eduardo Cunha. Na conversa, Temer também indica ao
empresário o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da
J&F, holding que controla a JBS.
Loures, de acordo com o jornal, foi filmado recebendo 500 mil
reais enviados por Joesley.
Em nota, a assessoria do deputado disse que ele está fora do país
e que, quando retornar, o que deve acontecer na quinta-feira, "deverá se
inteirar e esclarecer os fatos divulgados".
(Reportagem
adicional de Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito, em Brasília; e de Brad
Brooks, em São Paulo; Texto de Eduardo Simões). Publicado em Brasil 247, 18/05/2017
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