Parada do
Orgulho LGBT lota Avenida Paulista e defende Estado laico
Quase 20 trios
elétricos animam o público da 21ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida
Paulista
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
A Avenida Paulista foi tomada na
tarde deste domingo (18) por milhares de pessoas que acompanham a 21ª Parada do
Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros). Com o
tema “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é lei. Todas e todos por
um Estado laico”, o evento começou por volta das 13 horas sob o comando da drag
queen Tchaka, que do alto do primeiro trio elétrico convidou o público a
fazer a contagem regressiva para o início da manifestação.
Em seguida a presidente da Associação
da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Claudia Regina dos Santos Garcia, falou
sobre a importância do tema da parada deste ano. "Todos vocês têm direito
de voltar para casa sem enfrentar a homofobia, sem enfrentar desrespeito e nem
agressão. Nada pode afetar o nosso direito de amar, o nosso direito de ser quem
somos", disse.
Vestida de branco, a apresentadora e
modelo Fernanda Lima, madrinha da parada este ano, disse estar feliz por
representar a comunidade LGBT. "O Estado é laico. A religião é uma opção
individual de cada cidadão e não tem nada a ver com o direito civil, com o
direito da sociedade como um todo. Vamos ser livres, sejam o que quiserem,
desde que estejam dentro da lei", disse, entusiasmada.
As cantoras Daniela Mercury, Anitta,
Lorena Simpson e Naiara Azevedo estão entre as principais atrações do evento
este ano. A parada tem 19 trios elétricos patrocinados por instituições e
empresas que apoiam o movimento LGBT.
O percurso, de aproximadamente 3,5
km, segue da Avenida Paulista em direção à Rua da Consolação. O show de
encerramento será no Vale do Anhangabaú, com a cantora Tâmara Angel.
Segundo os organizadores, 3 milhões
de pessoas participam do evento. Até às 15 horas, a Polícia Militar não havia
divulgado o número de participantes. A PM também informou que ainda não
registrou nenhuma ocorrência.
Participação
Público
comparece à 21ª Parada do Orgulho LGBT, na Avenida
Paulista
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Jovens, crianças, idosos e famílias
que apoiam a causa da diversidade vieram à festa. A jornalista Luíza Barros
levou a filha de 2 anos para ver a parada. "É a primeira vez que trago ela
e acho importante esse encontro e o entendimento da diversidade e do respeito
com as escolhas. E é claro, a alegria e diversão que tem, o clima de
festa", disse.
Amigo de Luisa, o professor Roberto
Marques veio passar o feriado em São Paulo e não sabia da parada, mas a filha
adolescente o convenceu a ficar para a festa. Para ele, a parada é importante
para dar um "choque" nas pessoas. "É importante a
visibilidade", disse.
Morador de Niterói (RJ), Marco
Antônio de Pereira Azevedo Júnior está na parada pela terceira vez. "O
tema deste ano é maravilhoso. É um tema que se dirige a uma bancada religiosa
que é reacionária, por isso a importância de se falar disso".
Acompanhada do marido, a farmacêutica
Elissa Beneguine esteve hoje pela primeira na parada. Ela disse que foi ao
evento porque apoia a comunidade LGBT. "Sou uma pessoa que trabalha contra
todo o tipo de discriminação, é preciso liberdade e respeito às
diferenças", defendeu.
Além da causa da diversidade, a
parada também aquece a economia paulistana. Segundo levantamento feito pelo
Observatório do Turismo durante a edição de 2016, o gasto médio individual na
cidade dos entrevistados foi de R$ 1.502,91, considerando despesas com
hospedagem, alimentação, transporte e lazer. Já os paulistanos gastaram, em
média, R$ 73,82 na Avenida Paulista durante a parada.
De São Paulo, Ludmilla Souza –
Repórter da Agência Brasil, 18/06/2017 18h07
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