sábado, 24 de junho de 2017

Capa da VEJA desta semana: "O presidente encolheu"

 
"O presidente encolheu", anuncia a revista Veja neste fim de semana. Peça decisiva na construção do golpe de 2016, que destruiu a economia e desmoralizou o Brasil no mundo, a revista acaba de descobrir que Michel Temer é um anão moral na presidência da República.
O motivo, claro, é o fato inédito de, pela primeira vez na história, o Brasil ser comandado por um personagem carimbado como corrupto pela própria Polícia Federal – e que também será denunciado por organização criminosa e obstrução judicial pela Procuradoria Geral da República.
"Com denúncias e acusações em ritmo quase diário, Temer é hoje um presidente moralmente acossado, politicamente fragilizado e administrativamente atordoado, pois despende mais energia com a polícia do que com a política", aponta a reportagem de Robson Bonin e Thiago Bronzatto.
Capa de Veja demonstra o esgotamento do golpe e também a tragédia criada pelas própria elites econômicas, ao apoiar a derrubada de uma presidente legítima e honesta e sua substituição por Temer.

Abaixo, reportagem da Reuters sobre as denúncias que serão apresentadas contra Temer:

 O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá oferecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais de uma denúncia criminal contra o presidente Michel Temer a partir das delações premiadas de executivos da J&F, controladora da JBS, disse à Reuters uma fonte que acompanha o caso.
A tendência é que Janot apresente até terça-feira uma acusação contra Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente, por corrupção passiva. Num segundo momento, ele denunciará Temer por outros crimes.
O ministro Edson Fachin, do STF, deu prazo de cinco dias corridos a partir da quinta-feira para que o procurador-geral decida denunciar Temer ou arquivar o caso contra o presidente. Enviou a Janot cópia do inquérito que inclui o relatório parcial feito pela Polícia Federal que aponta haver evidências de crime de corrupção passiva.
Segundo a fonte, o procurador-geral deverá denunciar Temer primeiro por esse crime e, quando receber a conclusão das demais investigações da PF --como o laudo que analisa a gravação da conversa entre Joesley Batista, da JBS, e o presidente-- fazer nova acusação ao STF.
Formalmente, Temer é alvo de inquérito pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.
Essa decisão de Janot terá impacto para a decisão que a Câmara vai tomar sobre se autoriza o Supremo a julgar a denúncia contra o presidente ou não --conforme prevê a Constituição.
Se for mesmo mais de uma denúncia, os deputados terão de fazer, em plenário, mais de uma votação sobre se permitem ou não que os ministros do STF decidam se recebem a acusação contra o presidente --se aceitá-la, ele vira réu e tem de ser afastado do cargo por até 180 dias, período em que se espera que haverá o julgamento. Se isso não ocorrer nesse período, ele retorna ao cargo.
Para a autorização ser concedida, são necessários os votos de dois terços dos deputados --ao menos 342 dos 513 deputados.
Temer e aliados políticos já têm trabalhado para barrar a autorização para o STF julgá-lo e garantem ter mais de 200 votos contrários à autorização.
Por Ricardo Brito, de BRASÍLIA (Reuters), 24/06/2017. Publicado em Brasil 247, 24/06/2017

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