STF nega 54 recursos ligados à delação da
Odebrecht
(Imagem:Divulgação)
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa os
processos da Lava-Jato, negou nesta terça-feira 54 recursos relacionados à
delação premiada de executivos da Odebrecht. Foram rejeitados pedidos de
delatores que questionavam a divulgação dos depoimentos em vídeos.
Vários investigados também questionaram a abertura de inquérito a partir
das delações – como os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Kátia Abreu
(PMDB-TO), e do ministro da Integração, Hélder Barbalho (PMDB). A decisão foi
tomada sem qualquer tipo de discussão. Os integrantes do colegiado apenas
seguiram o voto do relato, ministro Edson Fachin.
Fachin abriu 76 inquéritos contra políticos a partir do conteúdo da
delação da Odebrecht. Desses inquéritos, o ministro determinou o fim do sigilo
de 74 e manteve apenas dois sob sigilo. A maior delação da história do país
levou o Supremo a autorizar a abertura de investigações contra oito ministros
do governo de Michel Temer, 24 senadores, 37 deputados e 12 governadores e seus
aliados. No total, 97 pessoas serão investigadas.
Sede da Odebrecht em São Paulo (Foto: Edilson Dantas)
Esquema de corrupção
Segundo a Operação Lava-Jato, a Odebrecht comandava um esquema
organizado de corrupção. Chegou a criar, em 2006, um departamento exclusivo
para gerenciar o pagamento de propina, chamado de “Divisão de Operações
Estruturadas”. De acordo com a força-tarefa da Lava-Jato e delações da
empreiteira, essa unidade era usada para pagar sistematicamente funcionários de
governos, políticos e partidos.
O esquema de corrupção envolveu políticos, partidos, empresários e
funcionários do governo de 12 países: Brasil, Angola, Argentina, Colômbia,
República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e
Venezuela.
De Brasília, Carolina Brígido. Copyright by O
Globo, em 13/06/2017, às 21h45
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