Renúncia ou
Impeachment: Maioria dos brasileiros pedem saída de Michel Temer, afirma a pesquisa
A mais recente pesquisa de popularidade do
presidente Michel Temer (PMDB), realizada pelo Instituto Datafolha, mostra que
a grande maioria da população brasileira é contra a permanência de Temer no
governo. Realizada entre quarta (21) e sexta-feira (23), a maioria dos
entrevistados disse preferir que ele deixe o cargo, via renúncia ou impeachment
aberto pelo Congresso.
O levantamento registrou também um pico de
impopularidade do presidente, que tem seu governo avaliado como ruim
ou péssimo por 69% dos entrevistados.
Ao serem questionados sobre o que seria mais
benéfico para o país, a saída ou permanência de Temer – considerando a atual
crise política e econômica -, apenas 30% dos entrevistados se disseram a favor
que o presidente permaneça até o fim de seu mandato ( final de 2018); 65% acham
que sua saída é o melhor para o Brasil. Já uma possível renúncia do
peemedebista é defendida por 76%. São contrários a essa iniciativa 20% dos
entrevistados, e 4% não souberam responder.
Em um cenário em que Temer não renuncie, a taxa dos
que querem outro caminho para sua saída é ainda maior, chegando a 81%. Estes
disseram ser a favor da abertura de um processo de impeachment contra o
presidente. A fatia dos que rejeitam a possibilidade é de 15% (4% não souberam
responder).
Na Câmara dos Deputados, vários pedidos de
impeachment de Temer já foram protocolados, tanto por partidos políticos, como
o PSol e a Rede, como por entidade de classe, como a OAB.
Esta foi a primeira vez que o Datafolha fez uma
sondagem sobre o apoio a uma possível saída de Temer do cargo desde que ele
assumiu de forma efetiva a Presidência.
A queda na aprovação do peemedebista vem
acompanhada de uma evolução na desconfiança em relação ao cargo que ele ocupa.
Disseram “não confiar” na Presidência da República
65% dos entrevistados, índice superior aos 58% registrados em abril. A taxa é a
mesma para o Congresso Nacional (deputados e senadores) –só partidos políticos
têm rejeição maior (69%).
Diretas Já
Na hipótese de Michel Temer realmente deixar o
cargo, a maior parte dos brasileiros prefere que o novo presidente seja eleito
pela população, ou seja, de maneira direta. A
medida, que demanda mudanças na Constituição, é defendida por 83% dos entrevistados
– em abril, o índice era de 85%, variação dentro da margem de erro.
A taxa dos que indicam que o melhor
seria que o Congresso fizesse a escolha, na convocação de uma eleição indireta,
é de 12%. Dos que não souberam responder, 5%.
Mais ricos
Da mesma maneira que se observa na
avaliação do governo, o estrato da população que recebe mais de dez salários
mínimos mensais é dos poucos a dar trégua a Temer. Nesse grupo, 42% acham que o
melhor para o país é que ele conclua o mandato (57%, que não), e o índice de
favoráveis a seu impeachment ou à renúncia (68% e 67%, respectivamente) é menor
do que na média. Nesse segmento, também cresce o apoio às eleições indiretas
(25%).
Com informações da Folha de S. Paulo, em 24/06/2017
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