Tasso nega,
mas tucanos ameaçam dissidência após manter apoio a Temer
O
presidente da Executiva Nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, tenta
conter a insatisfação, nega ameaça de dissidência, mas o descontentamento
atinge deputados federais e militantes tucanos inconformados com a permanência
do partido na base de apoio ao Governo Michel Temer. A ala do PSDB conhecida
como “cabeças pretas” se reuniu para articular a formação de um bloco
dissidente na bancada da Câmara dos Deputados.
Liderados
pelo deputado Daniel Coelho (PE), esses parlamentares tucanos defendem o
rompimento com o Palácio do Planalto e prometem votar a favor de abertura de
inquérito no Supremo Tribunal Federal contra o presidente no caso de uma
eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República. Para julgar Temer, o STF
precisa de autorização da Câmara.
A
estimativa entre os tucanos é de que, dos 46 deputados federais da sigla, 14
defendem o desembarque do governo. Uma das justificativas é que não houve uma
votação definitiva sobre a saída entre os membros presentes na reunião. Os
caciques da legenda planejam marcar uma reunião na próxima semana, mas tentam
antes pacificar a bancada tucana.
“O
PSDB foi muito duro no combate à corrupção do governo do PT, mas parece agora
fechar os olhos para atos muito parecidos que estão ocorrendo dentro do governo
do PMDB”, disse Coelho ao Estado.
Ainda
segundo o parlamentar, o grupo que pode formar uma ala dissidente reúne pelo
menos 15 deputados federais. “A gente não pode passar por esse momento sem que
as pessoas sejam julgadas. Estamos em uma onda de acusações e precisamos ter a
oportunidade de saber quem está certo e quem está errado”, afirmou.
Para
o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB, uma eventual
saída de deputados do partido seria por interesses pessoais. “Às vezes um
deputado procura outro partido para ter melhores condições eleitorais, mas
encobre isso com aparência de divergência política”, afirmou. O PSDB cearense
tem atualmente apenas um deputado, Raimundo Gomes de Matos, que integra o bloco
aliado ao presidente Michel Temer.
A
divisão no PSDB exigiu ainda explicações do senador Tasso Jereissati sobre um
possível acordo com o PMDB para preservação do mandato do senador Aécio Neves.
Ou seja, os tucanos permanecem no Governo, mas receberiam a solidariedade
do PMDB para Aécio não perder o mandato. O senador Tasso Jereissati refutou a
informação sobre esse possível acordo, mas mantém firmeza no apoio ao Governo
Temer.
Cpyright by CearaAgora, 14/06/2017, às 08h27
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