Taxa de desemprego recua para 13% no
segundo trimestre do ano
Candidato preenche ficha enquanto aguarda a
entrevista para vaga de emprego
no Rio (Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo)
RIO - A
taxa de desemprego recuou para 13% no segundo trimestre do ano, atingindo 13,5
milhões de pessoas. Nos primeiros três meses de 2017, 13,7% da força de
trabalho buscava emprego, ou 14,2 milhões de pessoas, dois recordes para a
série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua,
iniciada em 2012.
A previsão
do IBRE/FGV era que a taxa ficasse em 13,3% no trimestre encerrado em junho. No
segundo trimestre de 2016, um ano antes, a taxa estava em 11,3%. No segundo
trimestre de 2014, quando a economia brasileira ainda não havia entrado em recessão,
o desemprego atingia apenas 6,8% da força de trabalho do país. As previsões de
analistas apontam que a taxa média de desemprego do ano de 2017 fique na casa
dos 13%. No ano passado, ficou em 11,5%.
Ao recuar
0,7 ponto percentual, a taxa do segundo trimestre apresentou a primeira queda
significativa desde o último trimestre de 2014, quando caiu de 6,8% para 6,5%.
A população desempregada também recuou, 4,9% ou menos 690 mil desocupados em
relação aos três meses anteriores. Mas ficou 16,4% acima do estimado há um ano.
A população
ocupada voltou a ficar acima dos 90 milhões de pessoas, ultrapassou essa marca
em 200 mil. Cresceu 1,4% ou mais 1,3 milhão de pessoas em relação aos três
meses anteriores, mas recuou 0,6% em relação ao ano anterior.
O grupo de
trabalhadores na indústria cresceu na comparação com o trimestre anterior, alta
de 3,3% para 11,8 milhões de pessoas, e ficou estável em relação ao ano
anterior. Esse crescimento se deu pela entrada de trabalhadores no ramo
alimentício, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Também
cresceu o número de trabalhadores em outros serviços, nas duas comparações, em
4,5 milhões de trabalhadores, devido ao aumento de trabalhadores em salões de
beleza e outros do segmento. Os trabalhadores na construção civil ficaram
estáveis em relação ao primeiro trimestre do ano e caiu quase 10% em relação ao
ano anterior. O grupo que trabalha no comércio ficou estável nas duas
comparações.
Alta na renda de quem tem carteira
O
rendimento real habitual das pessoas ocupadas foi estimado em R$ 2.104. Ficou
estável em relação ao trimestre anterior e em relação ao ano anterior. A massa
de rendimento real habitual ficou em R$ 185,1 bilhões. Também estável em ambas
as comparações.
Entre os
grupos de ocupados, o rendimento médio real habitual ficou estável para todos
em ambas as comparações. As únicas exceções foram os empregados no setor
privado com carteira, cujo rendimento cresceu 3,6% em relação ao ano anterior,
para R$ 2.025,00 e os trabalhadores rurais na mesma comparação, com alta de 13%
ou mais R$ 150,00, para R$ 1.246,00.
Além do
número de desempregados e da própria taxa de desemprego, a Pnad havia mostrado
uma série de recordes negativos no primeiro trimestre do ano. A população
ocupada foi a menor já registrada, 88,9 milhões, o grupo de trabalhadores com
carteira assinada — referência para empregos de maior qualidade — também foi o
menor, e também se atingiu o menor nível de ocupação, que é o percentual de
pessoas ocupadas em relação ao total da população em idade de trabalhar: 53,1%.
Do Rio de Janeiro, Daiane Costa, O
Globo, em 28/07/2017, às 10h17
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