segunda-feira, 31 de julho de 2017

Lava Jato

MPF pede prisão preventiva de ex-presidente do BB e da Petrobras
 
Aldemir Bendini, preso na 42ª fase da Operação Lava-Jato, chega à Superintendência da Policia
 Federal em Curitiba (Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Agência O Globo)
Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão preventiva de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, depois que foram encontradas, na casa dele, documentos e anotações referentes ao empréstimo dado pelo banco à Odebrecht Agroindustrial. Ele havia sido preso temporariamente (por cinco dias) na última quinta-feira, na 42ª Fase da Lava-Jato. Os procuradores também pediram a prisão do publicitário André Gustavo Vieira e do irmão dele, Antônio Carlos, acusados de atuarem como intermediadores de propina para Bendine e políticos do PMDB. A prisão preventiva não tem prazo para terminar.
Os procuradores argumentam que, ao contrário do que diz Bendine, ele acompanhou ativamente a rolagem da dívida da Odebrecht Agroindustrial.
André Gustavo havia dito que pediu informações a Bendine sobre como destravar o empréstimo, mas que ele não agiu para facilitar o negócio.
"É circunstancial que a maioria dessas anotações tenham sido realizadas em papel timbrado do Banco do Brasil, a indicar que, de fato, foram realizadas à época do acontecimento dos fatos criminosos", afirmaram os procuradores.
Bendine foi preso depois de delatado pelo empresário Marcelo Odebrecht e por Fernando Reis, executivo do grupo. Eles disseram que André Gustavo pediu, em nome de Bendine, 1% do valor do contrato de rolagem de dívida, o que significava R$ 17 milhões em propina. A empresa pagou R$ 3 milhões em espécie, entregue num apartamento em São Paulo pelo departamento de propina da empresa.
Foram apreendidos com Bendine um relatório extraoficial (sem timbre do Banco do Brasil) com dados relativos ao alongamento dos financiamentos da Odebrecht Agroindústria, com valores, prazos, juros e tabelas.
Também foi encontrado a impressão de um e-mail que Bendine recebeu de um subordinado no Banco do Brasil, que, segundo os procuradores, revela "um interesse geral" dele pelos negócios da Odebrecht. Neste e-mail é relatado um pedido da empresa para financiamento do banco destinado à construção de uma usina em Angola, envolvendo a empresa angolana Biocomm.
"A indicação, no topo da mensagem, de que a informação seria 'apenas para conhecimento' de Aldemir Bendine comprova o não-usual interesse do representado nos negócios da Odebrecht", argumentam os procuradores.
Na busca e apreensão foram também recolhidas anotações de Bendine sobre reuniões que ele fez com Fernando Reis e Marcelo Odebrecht, como o planejamento de um almoço em São Paulo com Reis.
Os procuradores afirmam que André Gustavo tentou justificar sua atuação no caso dizendo que a questão da dívida da Odebrecht não estava na alçada de Bendine. Os procuradores dizem que, se fosse fato, não haveria motivos para tais documentos acabarem sendo apreendidos na residência de Bendine.
De São Paulo, Cleide Carvalho, para O Globo, em 31/07/2017, às 18h39
A pegada na balada

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