Vendas do
comércio varejista caem 0,5%, mas acumulam alta de 0,7% no ano
Apesar da
queda de agosto, vendas do comércio registram alta de 0,7% este ano
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência
Brasil)
O volume de vendas do comércio varejista em todo o
país fechou agosto com queda de 0,5% frente a junho, na série com ajuste
sazonal, depois de quatro meses consecutivos de crescimento, período em que
acumulou expansão de 2,1%. Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PME) foram
divulgados hoje (11), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE).
Mesmo com a queda, o indicador encerrou os
primeiros oito meses do ano com expansão de 0,7% no volume de vendas, mas o
resultado acumulado nos últimos doze meses também é negativo em 1,6%. Ainda
assim, o segmento “reduziu o ritmo de queda, uma vez que este foi o recuo menos
intenso desde os 1,5% de agosto de 2015”, disse o IBGE.
Em relação a agosto de 2016, no entanto, o volume
de vendas do comércio varejista avançou 3,6%, registrando a quinta taxa
positiva consecutiva nesta base de comparação. Os dados indicam, ainda, que a
receita nominal do setor fechou agosto também em queda de 0,1% frente a julho –
neste caso também na série dessazonalizada.
Os dados da pesquisa indicam também que o comércio
varejista ampliado - que inclui o varejo e as atividades de veículos, motos,
partes e peças e de material de construção - ficou praticamente estável em
termos de volume entre julho e agosto, com ligeira variação de 0,1% frente a
julho, registrando alta nas vendas pelo terceiro mês consecutivo.
(Merchandising)
Comércio ampliado também teve expansão
Nos primeiros oito meses do ano, no entanto, as
vendas do comércio ampliado também fecharam com crescimento (1,9%), enquanto a
taxa dos últimos doze meses ficou negativa em 1,6%.
Comparada a agosto do ano passado, porém, o
crescimento das vendas no varejo ampliado chega a 7,6%.
Do ponto de vista da receita nominal do setor,
houve variação positiva de 0,4% de julho para agosto, crescimento que passa a
2,3% no ano e de 1,2% na taxa anualizada.
Em comparação a agosto de 2016, a receita nominal
do setor fechou com expansão de 5,1% na receita nominal das vendas.
Pesquisa mostra recuo generalizado
Os dados divulgados hoje indicam que a retração de
0,5% nas vendas do comércio varejista de julho para agosto, série
dessazonalizada, é generalizada e abrange sete das oito atividades pesquisadas.
As principais taxas negativas foram verificadas em
equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,7%);
tecidos, vestuário e calçados (-3,4%); livros, jornais, revistas e papelaria
(-3,1%); e combustíveis e lubrificantes (-2,9%). A atividade de hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo fechou o mês com queda de
-0,3%.
Já pelo lado da pressão positiva sobre as vendas,
aparece o setor de móveis e eletrodomésticos que, com avanço de 1,7%,
permaneceu em crescimento pelo quarto mês seguido.
Quanto ao comércio varejista ampliado, a variação
positiva de 0,1% é a terceira taxa positiva consecutiva em relação a junho,
influenciada, segundo o IBGE, tanto pelo avanço de 2,8% em veículos e motos,
partes e peças, quanto pelo aumento de 1,8% nas vendas de material de
construção.
Já na comparação com agosto de 2016, o avanço de
3,6% volume nas vendas no varejo reflete taxas positivas em seis das oito
atividades analisadas. Os destaques foram observados em móveis e
eletrodomésticos (16,5%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (1,7%) que exerceram as principais contribuições para o
resultado global.
Ao comentar o quinto mês consecutivo de aumento do
volume das vendas no varejo em relação a 2016, a gerente da pesquisa do IBGE,
Isabella Nunes, lembrou que o ano passado foi muito difícil para o comércio: “A
base de comparação baixa e a conjuntura econômica mais favorável deste ano
ajudaram nessa série de variações positivas”, disse.
Ao falar da queda de 0,5% em relação a julho, após
quatro meses de alta, Isabella disse que o resultado do índice geral acompanhou
a tendência da maior parte dos grupos de produtos pesquisados, que também
vinham tendo resultados positivos e passaram por uma variação negativa em
agosto. “Porém, esse tipo de ajuste é normal e o quadro deste ano é de
estabilidade na margem até o momento”, afirmou.
Vendas caem no Amazonas e em São Paulo
A pesquisa mostra, em relação aos estados, que a
queda de 0,5% nas vendas do comércio entre julho e agosto, reflete retrações em
17 das 27 unidades da federação na série ajustada sazonalmente. As principais
quedas ocorreram no Amazonas (-3,2%) e São Paulo (-1,7%). Tocantins (5,5%),
Rondônia (3,9%) e Roraima (2,6%) mostraram avanço nas vendas frente a julho de
2017.
Na comparação com agosto de 2016, o crescimento do
volume de vendas no varejo teve perfil disseminado, que alcançou 21 unidades da
federação. Os destaques, em termos de magnitude de taxa, foram Santa Catarina
(16,4%), Acre (12,9%) e Rondônia (12,8%).
Quanto à participação na composição da taxa do
comércio varejista brasileiro, destacaram-se com as principais influências: São
Paulo (1,9%), Rio do Sul (8,9%), Paraná (7,8%) e Santa Catarina (16,4%).
Do Rio de Janeiro, Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência Brasil, 11/10/2017 09h45
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