Campanha
Internacional para a Abolição de Armas Nucleares ganha Nobel da Paz
Ativistas da
Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN, sigla
em inglês)
protestam contra uma base norte-americana em Alice Spring, Austrália,
em setembro de
2016 (Imagem: Arquivo/Tim Wright/EFE)
A Campanha Internacional para a Abolição das Armas
Nucleares (ICAN, sigla em inglês) foi premiada, nesta sexta-feira (6), com o
prêmio Nobel da Paz, anunciou o Comitê Nobel Norueguês, alertando sobre as
"consequências humanitárias catastróficas" desses arsenais e pelos
seus esforços para fazer um tratado que os proíbe. A informação é da agência
EFE.
Esta união de associações que estende por 100
países foi uma "força motriz" e um "ator líder da sociedade
civil" do movimento contra as armas nucleares e juntou esforços para
"estigmatizar, proibir e eliminar" este tipo de armamento, diz a
argumentação do prêmio.
O Comitê enfatizou o "sofrimento humano
inaceitável" como um "argumento importante" para a proibição de
armas e enfatizou que outras armas menos destrutivas, como as minas
antipessoais, bombas de fragmentação e armas químicas e biológicas já foram
proibidas por diferentes tratados.
(Merchandising)
O Nobel destacou que no dia 7 de julho deste ano,
122 países assinaram um tratado internacional contra a proliferação nuclear,
mas lamentou que nenhum dos "países que têm armas nucleares, nem seus
aliados" ratificaram, ainda que Estados Unidos, Rússia, Reino Unido,
França e China tenham dado um primeiro passo neste sentido.
Este prêmio, acrescentou a decisão, é "também
um apelo" a estes países para que iniciem "negociações sérias"
para a eliminação das 15 mil "armas nucleares existentes em todo
mundo".
A ICAN sucede, no prêmio, o presidente da Colômbia,
Juan Manuel Santos, que foi homenageado pelos seus "decididos
esforços" para levar a paz ao seu país, após 52 anos de conflito armado. A
decisão foi anunciada dias após o "não" vencer no referendo
colombiano sobre os acordos com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (Farc).
O anúncio deste ano foi a estreia da presidente do
Comitê Nobel Norueguuês, Berit Reiss-Andersen, que assumiu o cargo após a morte
de Kaci Kullmann Five, ex-líder conservadora norueguesa, em fevereiro deste
ano.
O prêmio da Paz fecha os anúncios do Nobel esta
semana, que foi aberto na última segunda-feira (2) com o de Medicina aos cientistas americanos
Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young, por descobrir os
mecanismos do chamado relógio biológico.
Ontem (5) foi a vez da Literatura, que foi para o escritor
britânico de origem japonesa Kazuo Ishiguro, reconhecendo a força
"emocional" de seus romances. Na próxima segunda (9) será conhecido o
vencedor do prêmio Nobel de Economia.
A entrega da premiação acontecerá no dia 10 de
dezembro, aniversário da morte do fundador dos prêmios, Alfred Nobel, em uma
dupla cerimônia na Câmara Municipal de Oslo, onde será entregue o da Paz, e no
Konserthus, de Estocolmo, para o resto dos prêmios.
De Copenhague, da EFE para a Agência Brasil, em
06/10/2017, às 07h27
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