Raquel Dodge
diz que Geddel atuou como "líder de organização criminosa"
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
disse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-ministro Geddel Vieira Lima
assumiu papel “líder de organização criminosa” em referência aos R$ 51 milhões
apreendidos pela Polícia Federal (PF) em um apartamento em Salvador, valor
atribuído ao ex-ministro.
A manifestação da procuradora foi feita antes da
decisão do ministro Edson Fachin, que manteve hoje (19) a prisão de Geddel, mas
concedeu prisão domiciliar a
dois investigados ligados a ele. O processo estava em segredo de Justiça, mas
foi divulgado nesta quinta-feira. Segundo a procuradora, o valor encontrado no
apartamento pode ser apenas “uma fração de um todo, ainda maior e de paradeiro
ainda desconhecido”.
(Merchandising)
“A liberdade provisória ou a prisão domiciliar,
pretendidas por Geddel Vieira Lima são absolutamente incompatíveis com os
critérios legais para eficiência da persecução penal, que visam garantir o
interesse público, acautelando o meio social e garantindo diretamente a ordem
pública. Mesmo em crimes de colarinho branco, são cabíveis medidas cautelares
penais com a finalidade de acautelar o meio social, notadamente porque a
posição assumida por Geddel parece ter sido a de líder da organização
criminosa”, argumentou a procuradora.
Geddel foi preso no dia 8 de setembro, três dias
depois que a PF encontrou o dinheiro no apartamento de um amigo do político. Os
valores apreendidos foram depositados em conta judicial
Segundo a Polícia Federal, parte do dinheiro seria
resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica
Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de
Pessoa Jurídica do banco.
A Agência Brasil entrou em contato
com a defesa de Geddel, mas não conseguiu retorno.
De Brasília, André Richter -
Repórter da Agência Brasil, 19/10/2017 21h35, atualizada em 20/10/2017
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