Volta da escravidão deve barrar
exportações brasileiras
As mudanças em torno da definição de trabalho escravo no Brasil podem
ter impactos sobre as exportações, segundo sinalizaram representantes da União
Europeia (UE) e do setor empresarial brasileiro.
Na segunda-feira (16), uma portaria alterou a definição de trabalho
escravo, os critérios de autuação e a forma de divulgação da chamada
"lista suja" com o nome dos envolvidos nesse tipo de crime.
"Não podemos aceitar a importação de produtos feitos sob condições
de escravidão", disse à finlandesa Heidi Hautala, deputada no Parlamento
Europeu, braço Legislativo da UE. Ela é ligada ao Partido Verde.
Para Hautala, a decisão do governo brasileiro ainda pode criar
"obstáculo" às negociações do acordo de livre comercio entre UE e o
Mercosul.
Rascunhos do acordo que circulam –em discussões conduzidas há
anos, sem consenso– mencionam o fim do trabalho escravo.
Outros tratados de comércio com a UE foram congelados no passado por
esse tipo de preocupação. Por exemplo, houve resistência à indústria têxtil do
Uzbequistão.
O Parlamento Europeu tem se preocupado com essa questão. Em outubro de
2016, pediu o endurecimento das regras para a identificação de trabalho
escravo. Exportações precisariam de uma certificação de que respeitam
determinados parâmetros, incluindo a ausência de trabalho escravo.
As informações são de reportagem de Diogo Bercito na Folha de S.Paulo. Publicado em
Brasil 247, em 19/10/2017
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