Diretório do
PSB recomenda à bancada a destituição da líder do partido na Câmara
Às vésperas da votação da segunda denúncia contra o
presidente Michel Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ),
o PSB recomendou na noite de ontem, (16), a destituição imediata da líder do
partido na Câmara dos Deputados, Tereza Cristina (MS). A decisão foi tomada
durante reunião do diretório nacional da legenda, que havia se reunido para
deliberar sobre a possível expulsão de quatro deputados federais da sigla, mas
foi impedida por uma liminar da Justiça.
Com a impossibilidade de analisarem os processos
disciplinares abertos no Conselho de Ética do PSB contra Danilo Forte (CE),
Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS) e Fernando Coelho Filho (PE), os
integrantes do partido decidiram pedir a saída de Cristina, que tem votado de
maneira favorável a Temer e contrária a orientações da legenda. Licenciado da
Câmara, o deputado Fernando Coelho Filho é ministro de Minas e Energia do
governo Temer.
“Queremos um líder que cumpra as decisões do
partido, que represente o partido e a posição majoritária da bancada, que é
favorável à apuração dos crimes de que é acusado o senhor Michel Temer”,
afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, após o encontro. Ele
informou que a recomendação de que a bancada do partido destitua a líder “no
dia de amanhã ou no máximo depois de amanhã” foi tomada de forma unânime.
(Merchandising)
Desde o início da noite, os membros do diretório
buscavam alternativas de sanção, após o juiz Hilmar Castelo Branco, da 21ª Vara
Cível de Brasília, conceder uma liminar aos quatro deputados
impedindo o partido de julgar o assunto no dia de hoje. O
PSB recorreu da decisão, mas um desembargador do Tribunal de Justiça negou o
recurso. Com isso, o diretório agendou uma nova reunião para o dia 26, para que
possa decidir se expulsa ou não os parlamentares que votaram contra o partido e
a favor da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados.
Para que a líder seja destituída, os deputados da
sigla precisam recolher a assinatura de mais da metade dos integrantes da
bancada, que hoje é formada por 36 parlamentares. Além dos quatro
deputados, há mais nove parlamentares cujos processos ainda estão em análise
pelo Conselho de Ética do PSB. O presidente Carlos Siqueira não descartou que
esses integrantes “se ajustem” às posições e permaneçam na legenda, mas avalia
haver um “constrangimento” por parte da bancada da Câmara favorável à denúncia
contra Temer, já que Danilo Forte e Fábio Garcia, caso sejam mantidos na CCJ,
devem descumprir novamente a determinação do PSB e votar para adiar as
investigações.
“Nós não queremos mais esses [quatro] parlamentares
no PSB. Eles devem procurar o seu destino. Temos o maior apreço pessoal por
eles, mas do ponto de vista político estamos em total dissonância e não iremos
permitir que o partido permaneça com a minoria querendo mandar na maioria. Isso
é impossível. Quem quiser se ajustar às posições do partido, poderá fazê-lo. E
os que não desejarem, que tomem seu rumo”, disse.
A Agência Brasil buscou contato
com a líder Tereza Cristina, mas não obteve retorno até o fechamento da
reportagem.
De Brasília, Paulo Victor
Chagas - Repórter da Agência Brasil, 17/10/2017 01h09
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