Mercado prevê
alta de 1,94% no PIB e inflação de 3,82% em 2018
As informação estão no Boletim Focus, divulgado hoje
(11) pelo BC
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia
continua em queda, enquanto a projeção para a inflação sobe. De acordo com o
Boletim Focus, publicação divulgada na internet todas as semanas pelo Banco
Central (BC), a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a
soma de todos os bens e serviços produzidos no país – passou de 2,18% para
1,94%. Essa foi a sexta redução seguida.
Até a previsão de crescimento do PIB para 2019, que permanecia
inalterada há 18 semanas seguidas, foi ajustada de 3% para 2,80%, no boletim
divulgado hoje (11).
A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
subiu de 3,65% para 3,82% este ano, no quarto aumento seguido. Para 2019, a
projeção foi ajustada de 4,01% para 4,07%.
Mesmo assim, a expectativa para a inflação permanece abaixo da meta, que
é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%,
com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
Selic
Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica
de juros, a Selic, atualmente em 6,50% ao ano. Quando o Comitê de Política
Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem
o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito
fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle
da inflação.
A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o
Copom considera suficientes para chegar à meta as alterações anteriores.
Para o mercado, a Selic deve permanecer em 6,50% ao ano até o fim de
2018 e subir ao longo de 2019, encerrando o período em 8% ao ano.
Na semana passada, com a disparada dos juros futuros e do dólar, que
chegou a superar R$ 3,90, investidores consideraram a possibilidade de o Copom
elevar a taxa Selic, mesmo com a inflação abaixo do centro da meta e a economia
em recuperação. Entretanto, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, descartou a
possibilidade de usar a Selic para interferir no câmbio, mas apenas para
controlar a inflação. “Na próxima reunião, o comitê analisará essas condições
com foco como sempre nas projeções e expectativas de inflação e o seu balanço
de riscos”, disse.
Na quinta-feira passada (7), o BC anunciou uma intervenção mais forte no
mercado de câmbio. Com isso, o dólar comercial fechou a sexta-feira (8) cotado
a R$ 3,706, queda de 5,59%. O movimento interrompeu três altas seguidas ao
longo da semana, e ocorreu um dia depois de a moeda norte-americana ter fechado
o pregão ao valor R$ 3,926 – a maior cotação desde março de 2016.
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$
3,50, tanto para o fim deste ano quanto para o final de 2019.
De Brasília, Kelly Oliveira, repórter da
Agência Brasil, em 11/06/2018, às 09h34
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