Você sabe por que celebramos o Natal no
dia 25 de dezembro?
(Fonte da imagem: shutterstock)
Se alguém
perguntar o que celebramos no Natal, caso você seja cristão, a sua resposta
será “o nascimento de Cristo”, não é mesmo? No entanto, existe um consenso
entre os historiadores de que Jesus provavelmente não tenha nascido em dezembro
— aliás, ninguém sabe ao certo quando foi —, e os cristãos antigos nem
celebravam essa data. Então, de onde surgiu o costume de festejar o Natal no
dia 25 de dezembro?
De acordo
com os estudiosos, as celebrações em dezembro provavelmente tiveram início em
algum momento do século 2, na antiguidade greco-romana, e a escolha da data —
25 — teria diversas possíveis origens. Uma delas seria obra do historiador
Sextus Julius Africanus, que, por alguma razão, teria estabelecido a data da
concepção do menino Jesus no dia 25 de março, ou seja, na data da criação do
mundo. E, contando nove meses até o seu nascimento...
Paganismo
Outra
explicação seria uma celebração romana pagã anterior ao cristianismo e que
ocorria exatamente no dia 25 de dezembro. Esse festejo era chamado Natalis Solis
Invictus e marcava a volta dos dias mais longos depois do solstício de
inverno. Além disso, ele ocorria logo após a Saturnália, outra festividade
muito popular na Roma antiga, durante a qual a população participava de festas
e banquetes e ocorriam trocas de presentes.
Mais um
festival comemorado durante datas próximas — no dia 21 de dezembro — era o
Yule, dos povos nórdicos, que, assim como o Solis Invictus dos
romanos, também marcava o retorno do Sol. Durante as celebrações, grandes
fogueiras ardiam para simbolizar as novas colheitas e os grandes rebanhos que
seriam consumidos no próximo
O dia 25 de
dezembro também marcava a comemoração do aniversário de uma divindade
chamada Mitra, que era um conhecido deus de luz e lealdade que, na
época, era muito popular e largamente cultuado pelos soldados romanos. Para
muitos, essa inclusive era a data mais sagrada de todo ano!
De qualquer
forma, o final de dezembro era a época ideal para a realização de festejos por
toda a Europa. Com o frio do inverno e os dias mais curtos, a população não
tinha muito com o que se ocupar. Nessa época do ano, a cerveja e o vinho já
estavam fermentados e prontos para o consumo e, para não ter que alimentar os
rebanhos durante esses meses, grande parte dos animais era abatida. Assim, por
que não organizar grandes banquetes?
Política
Formalmente,
a igreja romana só foi celebrar o Natal mesmo na data que conhecemos hoje no
século 4, durante o reinado do Imperador Constantino, o responsável por
transformar o cristianismo na religião oficial do império. Até então, a
principal festividade cristã era a Páscoa. Acredita-se, aliás, que a escolha da
data — que coincidia com outras celebrações — foi proposital e tinha como
objetivo enfraquecer os festejos pagãos preestabelecidos.
Ainda
assim, a celebração no dia 25 de dezembro não foi aceita assim, de uma hora
para outra! Durante muito tempo, o dia 6 de janeiro era a data adotada e o
Natal só foi ser aceito como grande festival cristão a partir do século 9. Isso
porque, na Antiguidade, conforme o cristianismo foi se espalhando pela Europa,
foi se deparando com vários credos regionais.
Isso sem
falar que os antigos missionários se sentiam fascinados por muitas das
tradições pagãs, portanto muitos costumes acabaram sendo incorporados aos dos
cristãos. Já o formato que conhecemos hoje, com troca de presentes e tal, só começou
mesmo há pouco mais de um século. Originalmente, a troca de presentes ocorria
no Ano-Novo, para que todos se sentissem bem pelo ano que estava acabando. O
costume foi mudado para o dia de Natal durante a era vitoriana.
***
Como você
viu, a celebração do nascimento de Cristo nada tem a ver com a data do
aniversário de Jesus. O Natal é, na verdade, uma enorme e curiosa mescla de
tradições e crenças pagãs que foram sendo adotadas e incorporadas pelos
cristãos ao longo dos milênios, resultando em uma incrível mistura de costumes,
que culminam em uma data escolhida a dedo por motivos políticos.
E nem vamos
começar a falar sobre a triste transformação que o significado dessa festa
sofreu, virando sinônimo de compras desenfreadas, muito consumismo e excessos.
Do Site Mega Curioso,
em 10/12/2018
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