Festa no Maracanã marca
abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016
Cerimônia de abertura desta edição deve seguir a tradição de
anteriores, contando História
do país-sede e de seu
povo (Imagem: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Antes da festa das medalhas que
tomará conta do Rio de Janeiro nos próximos dias, o Maracanã abre hoje (5) suas
portas, às 20 horas, para um dos momentos mais aguardados dos Jogos Olímpicos.
A cerimônia de abertura é o instante em que todos os atletas, desde a grande
estrela do atletismo Usain Bolt até o jovem velocista Siueni Filimone, de
Tonga, desfilam pelo estádio como iguais. Naquele momento, não há vencedores ou
perdedores, apenas esportistas, protagonistas de uma grande festa.
A cerimônia de abertura desta
edição deve seguir a tradição de anteriores, contando a história do país-sede e
de seu povo. A coreógrafa Deborah Colker, uma das mais renomadas da dança
nacional, é quem assina a coreografia do espetáculo.
A cerimônia será dirigida por
Fernando Meirelles, Andrucha Waddington, Daniela Thomas e Rosa Magalhães, com
produção executiva de Abel Gomes. A promessa é de que o roteiro seja uma
“síntese da cultura popular brasileira”. Com os nomes envolvidos, a cerimônia
de abertura no Rio de Janeiro pode ser mais uma a entrar no rol dos grandes
momentos olímpicos.
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Homem-foguete
Ao longo dos anos, os Jogos
Olímpicos protagonizaram cenas históricas em cerimônias de abertura. Em 1984, o
norte-americano Bill Suitor entrou no Los Angeles Memorial Coliseum por cima.
Usando um jetpack (um jato acoplado às suas costas, como uma mochila), ele
sobrevoou o público do estádio e pousou no meio da arena, para delírio de
todos.
“Estava muito quente. Eu me
lembro de esperar para decolar, as pessoas tirando fotos e alguém me perguntou
se eu sabia que haveria 2,5 bilhões de pessoas me assistindo. E isso faz você
pensar... principalmente sobre se estatelar com o mundo assistindo”, disse ele,
em entrevista à GQ Magazine, em 2012. Mas tudo deu certo e a aparência de um
astronauta de Suitor aterrissando suavemente entrou para a história.
Nos mesmos jogos de 1984, o
público participou ativamente da festa. Todos tinham cartões em seus assentos
e, em determinado momento, o narrador pediu para que todos levantassem os
cartões, formando um belo mosaico com as bandeiras de todos os países
participantes dos jogos.
Fogo na ponta da flecha
Em Barcelona 1992, a cerimônia
teve a participação de grande número de figurantes, que contaram a história da
criação da cidade. Milhares de pessoas fantasiadas transformaram o Estádio
Olímpico de Montjuic em vasto oceano, em um dos atos do espetáculo. As
fantasias lembravam os tradicionais desfiles da Sapucaí. A encenação utilizou,
com bastante frequência, técnicas de marionetes.
O acendimento da pira olímpica em
1992 foi um dos mais célebres da história. O fogo foi posto na ponta de uma
flecha e coube ao arqueiro paralímpico Antonio Rebollo o papel de acender a
pira. Sob os olhares do mundo, ele atirou a flecha a uma grande distância e a
pira se iluminou, sob delírio do público. Pouco tempo depois foi revelado que a
flecha não chegou a acertar o alvo. A flecha passara por cima do alvo e a pira
foi acesa automaticamente para dar a ilusão desejada. Apesar da descoberta, o
momento continuou imortalizado como um dos mais inesquecíveis dos Jogos
Olímpicos.
Pequim
A cerimônia de abertura dos Jogos
de Pequim foi um das mais belas já vistas. Os asiáticos se empenharam em fazer
algo moderno e, ao mesmo tempo, tradicional. O resultado não poderia ter sido
mais surpreendente. Um dos pontos altos da abertura foram os 2.008 tambores que
se iluminavam ao serem tocados habilmente pelos percussionistas, em uma dança
de imagem e som entrelaçados.
Tudo no segmento artístico da abertura
em Pequim parecia ter sido feito para impressionar e criar novos parâmetros em
uma cerimônia olímpica. Muitos dos números foram criados pensando no efeito
para o público no estádio, que assistia a tudo de cima.
Roteiro cinematográfico
Em 2012, uma grande festa no
Estádio Olímpico de Londres marcou o início dos jogos daquele ano. Foi uma
celebração tipicamente britânica, com a participação de ícones da cultura
local, como os atores Daniel Craig (conhecido por encarnar James Bond no
cinema) e Rowan Atkinson (o eterno Mr. Bean). O espetáculo da cerimônia de
abertura foi dirigido pelo cineasta Danny Boyle.
Em um grande espetáculo teatral,
Boyle fez uma retrospectiva da evolução da civilização pelas décadas, com
várias menções à arte e cultura inglesas. Se a cerimônia não superou Pequim,
foi um espetáculo grandioso, com mudanças ousadas de cenário e que renderam
vários elogios a Boyle. A cerimônia foi encerrada com Paul McCartney
cantando Hey Jude.
A próxima página dessa história será escrita nesta sexta-feira no Maracanã, sob os olhares do mundo inteiro.
A próxima página dessa história será escrita nesta sexta-feira no Maracanã, sob os olhares do mundo inteiro.
Do Rio de Janeiro, Marcelo
Brandão - Repórter da Agência Brasil, 05/08/2016, às 06h27
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