quarta-feira, 19 de junho de 2013

LIRISMO

Mesas de bares
 
Na távola noturna que a cidade próspera embriaga,
Cada um senta e paga, o preço do seu próprio ócio.
São homens de negócio que vêm esfriar a cabeça.
Por incrível que pareça ali nenhum deles tem mais.

Na verdade, todos correm atrás do mesmo destino.
Fugir do cronos assassino, observar lindas mulheres,
E, entre garfos e talheres, escutar a última novidade.
Que barbaridade, se preocupar com a vida dos alheios!

Seus corpos estão cheios, ao lado de deliciosas iguarias.
Futebol, loterias, taça libertadores, todos são treinadores,
Todos entendem de economia. Política, caça e estratégia,
Até de jogo de botão; nada escapa a esta dialética regia. 

Aos altos papos de salão, e muita conversa é jogada fora,
Sem se dar conta do passar das horas; noite a dentro em vão.
Entre umas e outras, sobra nada não, eles tomam todas
Como se estivessem a comemorar bodas eles se divertem.

Assim, suas crenças convertem em boas um más intenções,
Travam intensas discussões, mas, no final todos estão certos.
Tiques expertos, toques experientes, valem trocas de olhares.
Assim será, enquanto houver gente;
Assim será, enquanto houver mesas de bares...

                                                                  Por Edilson Siridó 

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