quinta-feira, 31 de julho de 2014

Destaque da Grande Imprensa

Bancos e 'fundos abutres' estariam negociando solução para calote da Argentina
NOVA YORK - Representantes de bancos privados argentinos e os chamados “fundos abutres” estariam negociando um acordo em Nova York. Segundo fontes próximas à transação, que pode ser anunciada a qualquer momento, o negócio consistiria da compra de 100% da dívida dos credores que não participaram da reestruturação da dívida em 2005 e 2010 e entraram na Justiça americana para receber US$ 1,3 bilhão integralmente. Com isso, o calote dado pela Argentina no fim da tarde desta quarta-feira seria apenas efêmero. 
Em entrevista coletiva no Consulado da Argentina em Nova York – após uma reunião de seis horas que terminou sem acordo, empurrando o país para o “default” –, o ministro da Economia, Axel Kicillof, não negou a possibilidade de que haja uma resolução costurada por bancos cujos executivos teriam desembarcado em Nova York pela manhã:
— Não me estranha que isso possa ocorrer. Não se pode descartar soluções entre terceiros, porque se gerou um problema privado. (Para continuar lendo sobre esta notícia, clic abaixo em:)

Em nota divulgada à meia-noite (1 hora de quinta-feira no Brasil), um porta-voz do fundo NML, que lidera os credores em litígio, limitou-se a dizer que “durante o processo, o mediador propôs numerosas soluções criativas, muitas delas aceitáveis para nós. A Argentina se recusou a considerar qualquer uma delas, e em vez disso escolheu o default”.
A Argentina tinha até o fim desta quarta-feira – passado um período de carência de 30 dias –para chegar a um acordo com os “abutres” e evitar um novo calote. Com o fechamento dos mercados, às 17h (horário local), venceu uma parcela dos juros dos títulos da dívida reestruturada do país.
O governo argentino depositou o montante – um total de US$ 832 milhões, sendo US$ 539 milhões no Bank of New York Mellon – no fim de junho, mas o juiz de Nova York Thomas Griesa proibiu que o Mellon fizesse o repasse. Decisão recente da Suprema Corte americana determinou que o país não pode realizar esse pagamento sem depositar simultaneamente o que deve aos “abutres”, credores que não aceitaram a renegociação.
O governo Cristina Kirchner vinha pedindo a suspensão da sentença, argumentando que ela estimularia novos processos de outros credores – se isso acontecer, afirma, o valor a ser cobrado poderia chegar a US$ 15 bilhões. O juiz Griesa negou os recursos, e em audiência na semana passada ordenou que as duas partes negociem “continuamente” até chegarem a um acordo. Os argentinos tiveram quatro encontos com Pollack desde então. Kicillof participou de duas rodadas de conversas em Nova York, na terça-feira – quando chegou no início da noite, direto da cúpula de presidentes do Mercosul em Caracas – e na quarta-feira.
Na terça-feira, os credores da dívida reestruturada em euro – que detêm, ao todo, 5,2 bilhões de euros em exchange bonds – reforçaram a solicitação da Argentina, ao entrar com pedido emergencial de suspensão da execução da sentença que vincula o pagamento do passivo renegociado à quitação do devido aos “abutres”. Eles afirmam ainda abrir mão da cláusula Rights Upon Future Offers (Rufo), que prevê que qualquer oferta aos credores da dívida não reestruturada pode ser estendida aos demais e é citada pela Argentina como o principal impedimento às negociações.
Fonte: O Globo (RJ)

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