Joaquim Levy descarta
pacotes econômicos e promete transição suave
Ministério da Fazenda, Joaquim Levy,
que substitui Guido Mantega (Foto: Wilson Dias/Agência
Brasil)
O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
prometeu uma transição suave na política econômica do governo. Em entrevista
coletiva após ter o nome confirmado pela presidenta Dilma Rousseff,
ele negou que haverá pacotes nas próximas semanas e prometeu trabalhar em
parceria com a equipe econômica atual até que as novas medidas estejam
formuladas.
“Não temos pressa de fazer um pacote com
medidas relâmpago. Algumas coisas vêm sendo discutidas no caminho de diminuir
as despesas, mas acho que a capacidade de cooperação entre os diversos órgãos
deve levar a gente a fazer medidas. Elas vão ser, não digo graduais, mas sem
pacotes, sem nenhuma grande surpresa”, declarou. O novo ministro do
Planejamento, Nelson Barbosa, informou que quaisquer novas medidas serão
anunciadas com transparência, incorporando sugestões e ideias da equipe atual.
Levy
garantiu ter recebido autonomia para promover mudanças na política
econômica. Segundo ele, a própria nomeação indica confiança da presidenta Dilma
Rousseff. “A autonomia está dada. Acho que há suficiente grau de entendimento e
de maturidade dentro da própria equipe [do governo]. A gente vai ver, dia a
dia, como ocorre, mas acho que essa questão vai se responder de forma muito
tranquila.”
Sobre eventuais nomes para equipe
econômica, Levy reiterou que o Tesouro não divulgará nenhum nome nos próximos
dias. “É muito importante manter o processo e o rito. A experiência da
transição é boa e positiva. Não estamos em nenhuma agonia. Essa é uma maneira
boa de lidar com desafios do novo governo, que só começa em 1º de janeiro”,
acrescentou o futuro ministro da Fazenda.
De acordo com Levy, o corte de
gastos públicos para garantir o ajuste fiscal não afetará os programas sociais.
Segundo ele, o equilíbrio econômico justamente é o principal fator que
permitirá a continuidade dos avanços dos últimos anos. “Faremos um exercício
orçamentário e fiscal de escolhas e de definição de prioridades. Queremos
garantir um ambiente que permita a economia ter o crescimento necessário
para suportar as despesas públicas. Se não houver empresas crescendo, é difícil ter recursos
para suportar qualquer gasto público”, disse. (Leia mais sobre esta matéria. Clic abaixo, em:)
Para ele, não existe nenhuma
contradição entre inclusão social e estabilidade econômica. “A continuidade da
inclusão social depende da estabilidade, que depende do controle da inflação,
que depende do equilíbrio fiscal. Não acho que essas coisas sejam
contraditórias. [O ajuste fiscal] não implica renunciar a políticas recentes,
mas simplesmente adequar a velocidade dos programas ao cenário econômico dos
últimos anos”, destacou.
O anúncio da nova equipe econômica
de Dilma foi feito esta tarde pelo ministro da Secretaria de Comunicação da
Presidência, Thomas Traumann, no Palácio do Planalto. Por meio de nota oficial,
a presidenta Dilma Rousseff agradeceu a dedicação dos atuais ministros, que
permanecem em seus cargos até que os novos indicados formem suas equipes. Além
de Barbosa, Joaquim Levy, que assume a Fazenda, e Alexandre Tombini, que
permanece no Banco Central, também falaram com a imprensa.
De Brasília, Wellton
Máximo - Repórter da Agência Brasil, 27/11/2014, às 19h19
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