Presidente da
Transpetro pede afastamento do cargo para facilitar auditoria
O presidente da Transpetro,
Sergio Machado, pediu afastamento do cargo, pelos próximos 31 dias, com
objetivo de facilitar auditoria interna na Petrobras, feita pela empresa
PriceWaterhouseCoopers (PwC). Machado foi citado na investigação da Operação
Lava Jato, pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, como beneficiário
do esquema que fraudava contratos com a empresa.
Em nota assinada e distribuída no
fim da tarde de hoje (3) à imprensa, Machado diz não ser réu em qualquer ação
penal, elenca os bons resultados de sua gestão no comando da estatal -
subsidiária de transporte e logística da Petrobras - e refuta as declarações de
Costa. “Tenho muito orgulho do trabalho que
desenvolvi nos últimos 11 anos e quatro meses na presidência da Transpetro.
Nesse período, a empresa obteve resultados notáveis – e passou sem problemas
pelo crivo de inúmeras fiscalizações internas e externas. (…) Além de não
responder a nenhum processo no TCU [Tribunal de Contas da União], não sou réu
em nenhuma ação penal e não tenho contra mim nenhuma ação de improbidade
admitida pela Justiça. Ao longo de mais de 30 anos de vida pública, jamais fui
processado em decorrência de meus atos.” (Para ler mais sobre esta notícia, clic abaixo, em:) 
Machado citou os resultados
operacionais e financeiros positivos da Transpetro ao longo de sua gestão.
“Entre 2003 e 2013, o faturamento aumentou em média 13,5% ao ano e o Ebitda, um
importante indicador financeiro, teve crescimento médio de 15,1% ao ano. Se
analisado apenas o ano de 2013, os dados são igualmente expressivos: em relação
a 2012, o faturamento cresceu 12% e o lucro líquido aumentou 30,1%.”
Quanto as acusações de Costa
contra ele, feitas em regime de delação premiada à Polícia Federal, o
presidente da estatal as classificou de caluniosas. “Reafirmo: tenho muito
orgulho de minha gestão na Transpetro. E acrescento: nada devo nem temo em
relação à minha trajetória. Apesar de toda uma vida honrada, tenho sido vítima
nas últimas semanas de imputações caluniosas feitas pelo ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa, cujo teor ainda não foi objeto sequer de
apuração pelos órgãos públicos competentes. A acusação é francamente leviana e
absurda, mas mesmo assim serviu para que a auditoria externa PwC apresentasse
questionamento perante o Comitê de Auditoria do Conselho de Administração da
Petrobras.”
Ao fim da nota, Machado diz que
seu afastamento é temporário. “Embora o Conselho de Administração tenha adiado
qualquer deliberação sobre tal questionamento, decido de forma espontânea
requerer licença sem vencimento pelos próximos 31 dias. Tomo a iniciativa de
afastar-me temporariamente para que sejam feitos, de forma indiscutível, todos
os esclarecimentos necessários. Trata-se de um gesto de quem não teme
investigações. Pretendo com isso, também, evitar eventuais atrasos na
divulgação do balancete do terceiro trimestre da Petrobras. Estou certo do
pleno rigor e lisura de minha gestão na Transpetro, e tranquilo quanto ao curso
das investigações. Tenho todo o interesse de que tudo seja averiguado
rapidamente.”
Do Rio de Janeiro, Vladimir
Platonow - Repórter da Agência Brasil,03/11/2014, às 19h25

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