TSE nega pedido do PSDB
para criar comissão a fim de auditar eleições
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) negou hoje (4) pedido do PSDB para a criação de uma comissão a fim
de auditar o resultado das eleições presidenciais. O tribunal, no entanto,
autorizou o partido a ter acesso aos arquivos eletrônicos e demais
documentos referentes à totalização dos votos. O plenário seguiu o voto do
presidente do TSE, Dias Toffoli. Ele ressaltou que todos os procedimentos
deferidos constam em resoluções da corte que tratam da transparência do processo
eleitoral e estavam disponíveis antes da eleição.
Em seu voto, Toffoli disse que o
partido não apresentou indícios de fraude e limitou-se a relatar a descrença de
algumas pessoas no resultado da votação. Apesar de autorizar os procedimentos,
o presidente garantiu a transparência das eleições e ressaltou que o
desenvolvimento dos programas usados na apuração das urnas esteve a disposição,
desde abril, de todos os partidos políticos, do Ministério Público Eleitoral
(MPE) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), desde o momento em que
começaram a ser elaborados. Sobre a criação de uma comissão para auditar os
resultados, o presidente rejeitou o pedido, formulado por um delegado do
partido, pessoa sem legitimidade perante o TSE.
Apesar da unanimidade formada no
plenário, o ministro Gilmar Mendes defendeu que a Justiça Eleitoral acabe
com suspeitas de fraude no resultado nas eleições, mesmo que sejam descabidas e
levantadas por meio das redes sociais. Segundo o ministro, o pedido do PSDB
contribui para a pacificação do assunto. (Leia mais sobre esta matéria, clicando abaixo, em:)
Durante o julgamento, Mendes
disse que a insegurança também é provocada por declarações de autoridades
públicas. O ministro citou uma frase dita pela presidenta Dilma Rousseff, em
2013, um ano antes do período eleitoral. “Eu não cometo nenhuma
imprecisão ao lembrar a declaração da presidenta Dilma que diz ‘a gente faz o
diabo quando é hora de eleição’. A gente pode entender essa expressão de várias
formas. Mas, fazer o diabo tem uma carga figurativa muito grande. Será que
fazer o diabo significa que é capaz até de fraudar a eleição? Vejam a
responsabilidade de pessoas que ficam a falar bobagem, inclusive em campanha
eleitoral. Veja o peso que isso tem no imaginário das pessoas. O que significa
fazer o diabo na eleição? “, disse Gilmar.
A frase da presidenta foi dita em
março de 2013, em João Pessoa (PB), durante a entrega de casas e
retroescavadeiras a municípios da Paraíba. Na ocasião, Dilma disse que os
recursos do governo federal são liberados de acordo com a necessidade da
população e não por critérios políticos. “Nós podemos disputar
eleição, nós podemos brigar na eleição, nós podemos fazer o diabo quando é hora
da eleição. Agora, quando a gente está no exercício do mandato, nós temos de
nos respeitar, porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro. O
governo não tem nenhuma justificativa para perseguir quem não é do mesmo
partido dele. “
No pedido de auditoria,
protocolado na semana passada, o PSDB diz ter “absoluta
confiança” de que o tribunal garantiu a segurança do pleito, mas pretende
tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas em
relação à lisura da apuração dos votos. O partido solicitou que o TSE crie
uma comissão formada por integrantes dos partidos políticos para fiscalizar
todo o processo eleitoral, desde a captação até a totalização dos votos.
De Brasília, Andre
Richter – Repórter da Agência Brasil, 04/11/2014, às 22h09.
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