O fantasma da seca
Há 3 anos não há inverno regular
no Ceará. Ano passado a quadra que seria o período de chuvas no Estado foi mais
seca ainda que nos anos anteriores. Tivemos muitas dificuldades com o
abastecimento d’água para a população, especialmente,
para os moradores do campo, os mais distantes de alguns reservatórios ainda
água. O governo do Estado acudiu a população, mesmo a título precário, com a
feitura de caixas d’água, poços profundos e adutoras de
encaixe rápido. Mas, o drama da escassez do precioso líquido não foi de todo
resolvido. Porque não houve água para armazenar ou distribuir/abastecer ao
povo, através da estrutura construída. O Ceará continua com sede d’água e com sede de bom tempo, de chuva, de inverno.
A maior parte do Nordeste viveu,
igualmente, em 2014, o terceiro ano da seca. E agora estamos na iminência do
quarto estio. O período de estiagem já é considerado a pior dos últimos 60
anos, pelo menos. Em outubro, os reservatórios em quase todos os estados já
estavam com seus volumes d’água bastante reduzidos. Outros,
com suas reservas totalmente exauridas. Onde ainda há água de superfície para
abastecimento esta é imprópria para consumo humano. É grossa, pesada, dura,
impura. Nos municípios atendidos por carros-pipa, 49% das amostras analisadas
por órgãos especializados estavam contaminadas. Os governos fazem o podem para
evitar o colapso no abastecimento.
Agora, no Ceará já se adentramos num novo período que seria a
nossa estação de inverno. A expectativa do cearense, onde a seca sempre castiga
com mais crueza é: será que vamos ter inverno? Ou será uma nova seca? As chuvas
andaram ensaiando cair, mesmo que esporádicas e em pouca intensidade. O
fantasma da seca ronda. Mas ainda é relativamente cedo para perder as esperanças.
Melhor rezar e esperar. Ou até cantar: “Tomara que
chova logo! Tomara meu Deus, tomara...”, conforme a
canção nordestina.
Por Herculano Costa
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