William Bonner promete “IMPARCIALIDADE”, logo após mentir para proteger PSDB
A edição do Jornal Nacional da
última sexta-feira (23) começou tratando da crise hídrica em SP. Como sempre,
tratou-se de uma reportagem absolutamente despolitizada que tentou dividir
entre governo Federal e governo paulista a responsabilidade pela calamitosa
situação do abastecimento de água no Estado mais rico do país.
Em seguida, outra reportagem tenta
equiparar a situação paulista com a de Minas Gerais, que, apesar de estar
sofrendo com falta de água em algumas cidades, não tem um desastre urbano em
sua metrópole, Belo Horizonte, como tem a capital paulista, onde milhões ficam
sem água quase todo dia.
A terceira reportagem sobre
a seca no país tenta colocar também o Rio de Janeiro no mesmo barco paulista
falando sobre redução no nível do maior reservatório fluminense. A reportagem
sobre a seca no Rio, tal qual a da seca em SP, não explica ao expectador que
não há termo de comparação com SP.
Mas é na quarta reportagem que a
Globo vai mais longe. A matéria versa sobre notícia do jornal Valor econômico
que diz que se o governo federal tivesse construído usinas previstas em 2006
não estaria havendo um problema de geração de energia elétrica que só se
constata na mídia, já que o que vem sofrendo racionamento não é a energia, é a
água.
A matéria do JN recorre a um dos
famigerados “especialistas” da Globo para dizer “onde foi que o governo Dilma
errou” e qual sua responsabilidade por uma situação energética que, ao menos
até aqui, não causou nenhum transtorno à população, já que blecautes episódicos
de poucos minutos ou horas acontecem em qualquer lugar do mundo por acidentes
em linhas de transmissão.
Entram os comerciais. Eis que em
um dos spots comemorativos aos 50 anos da Globo – fundada em 1965 com ajuda da
ditadura militar para que esta tivesse uma grande tevê para ludibriar os
brasileiros – mostra um William Bonner, com ares de satisfação, prometendo
“imparcialidade” aos telespectadores.
Faltou a propaganda dizer quando
a Globo começará a fornecer essa “imparcialidade” aos telespectadores.
Senão, vejamos: a mesma edição do
JN que versou sobre suposta “responsabilidade” do governo federal em uma crise
energética que, até aqui, simplesmente não existe, para ser imparcial não
deveria versar, também, sobre as responsabilidades do governo Alckmin sobre o racionamento
que já está sendo aplicado em São Paulo sem aviso oficial?
Como se sabe, em 2004 o governo
paulista comprometeu-se com a Agência Nacional de Águas a construir um novo
aquífero, já que os então existentes – incluso o Cantareira – já eram considerados
insuficientes pelos técnicos. Por que o “imparcial” JN não deu essa informação
ao seu público?
A resposta é simples: a tão
alardeada “imparcialidade” da Globo – alardeada pela própria Globo, é claro – é
idêntica ao volume de água do Cantareira: a cada dia fica menor. Para fazer um
trocadilho infame, poder-se-ia dizer que a emissora já está usando o “volume
morto” de sua imaginária “imparcialidade”.
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