Dilma pede a ministros
austeridade nos gastos e ações de combate à corrupção
Presidenta Dilma Rousseff recomendou que,
mesmo com menos recursos, os ministros continuem tocando projetos de suas
pastas (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Na primeira reunião com todos os
ministros em seu segundo mandato, a presidenta Dilma Rousseff pediu hoje, (ontem,
27), austeridade nos gastos e ações para combater a corrupção no governo.
“Todos vocês devem atuar sempre orientados pelo compromisso com a correção e a
lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e qualquer indício de mau uso do
dinheiro público nas áreas sob seu comando.”
Com o corte de orçamento dos
ministérios, a recomendação da presidenta é que, mesmo com menos recursos, os
ministros deem andamento aos projetos de suas pastas. “As restrições exigirão
mais eficiência nos gastos, tarefa que – estou certa – todos executarão com
excelência. Vamos fazer mais gastando menos”, disse.
A presidenta informou que enviará
ao Congresso Nacional no próximo mês propostas para aperfeiçoar o processo de
combate à corrupção, conforme promessa de campanha, “Defendemos um pacto
nacional contra a corrupção que envolve todas as esferas de governo, de poder,
tanto no ambiente público como no privado. Seremos implacáveis no combate aos
corruptores e aos corruptos.”
Dilma acrescentou que o governo
estimulará o debate sobre reforma política ainda no primeiro semestre deste
ano. Ela recomendou que os ministros reajam a boatos e levem a posição do
governo à opinião pública. “Sejam claros e precisos e se façam entender. Não
podemos deixar dúvidas”, ressaltou. > Quer ler mais sobre esta matéria? Clic, abaixo, em:
A presidenta destacou que o
governo ampliará as concessões e autorizações ao setor privado de rodovias,
portos e aeroportos, além de realizar concessões em outras áreas, como
hidrovias e dragagem de portos. Outro anúncio foi o do lançamento de um
programa de desburocratização das ações do governo. “Menos burocracia
representa menos tempo e menos recursos gastos em tarefas acessórias e
secundárias”, assinalou.
Dilma voltou a defender a
Petrobras, afirmando que a apuração e as punições devem ocorrer “com rigor”,
mas sem deixar de acreditar na “mais brasileira das empresas”, a mais
estratégica, que mais contrata e investe no país.
“Temos de continuar apostando na
melhoria da governança da Petrobras. Aliás, de todas as empresas privadas e, em
especial, das empresas públicas”. Segundo ela, o ato de “fechar as portas para
a corrupção” não pode fechar as portas para o “crescimento, progresso e
emprego”.
Em referência às empreiteiras
envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a presidenta recomendou
que as empresas essenciais para o Brasil não devem ser destruídas. “Punir, ser
capaz de combater a corrupção, não pode significar a destruição de empresas
privadas. As empresas têm de ser preservadas. As pessoas culpadas é que têm de
ser punidas.”
Dilma pediu aos ministros que
trabalhem para dar sequência ao projeto político implantado desde seu primeiro
mandato. Para ela, o governo deverá ser, ao mesmo tempo, de continuidade e
mudanças.
“Nossa tarefa será manter o
projeto de desenvolvimento iniciado em 2003, mas dar continuidade com avanços,
com mudanças que darão mais consistência e velocidade a esse projeto”. Ela
também recomendou que os ministros aperfeiçoem o diálogo com Congresso,
prefeitos e governadores e com movimentos sociais
A presidenta revelou que a falta
de chuvas no país reflete-se nos preços da energia em todo o Brasil e na oferta
de água, especialmente na Região Sudeste. Segundo ela, o governo federal apoiou
e continuará apoiando de todas as formas, inclusive com “vultosos
investimentos”, as demandas dos governos estaduais, que são responsáveis
diretamente pelo sistema de abastecimento de água.
Esta é a primeira reunião
ministerial do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff. O encontro é
realizado na Residência Oficial da Granja do Torto, em Brasília. Todos os 39
ministros estão presentes.
De Brasília Paulo Victor
Chagas e Sabrina Craide, repórteres da Agência Brasil, com colaboração de
Welton Máximo, em 27/01/2015 19h25, atualizada em 28/01/2015
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