Eduardo Cunha é recebido com vaias e
protesto no Rio Grande do Sul
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi
recebido com vaias e beijo gay em um evento para debater a reforma política na
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, nesta
segunda-feira (30/03). O protesto, realizado por representantes do movimento
LGBT, foi similar ao organizado na última sexta (27), quando Cunha também foi
vaiado na Assembleia de São Paulo.
Um grupo de pelo menos 50 pessoas
aguardava Cunha, que foi vaiado ao chegar. Com faixas contra a PEC 352 e
cartazes em favor de comunidades LGBT, os manifestantes ligados ao PSOL e ao
PSTU ocuparam o plenário e não permitiram a fala do parlamentar.
A segurança foi reforçada e
proibiu a entrada de faixas, adesivos e material de propaganda do grupo. Mesmo
assim, não barrou o ingresso dos manifestantes. O coordenador da ANE-L
(Associação Nacional dos Estudantes-Livre), Matheus Gomes, disse que o Legislativo
deveria “se envergonhar” de receber Cunha, “alvo de inúmeras denúncias de
corrupção”.
— Cunha deveria ser considerado
“persona non grata” pela Assembleia — criticou.
A representante do grupo Juntos,
da juventude do PSOL, Marliane Ferreira dos Santos, criticou a reforma política
“imposta” pelo PMDB.
— É uma reforma direcionada a
prejudicar os pequenos partidos — avaliou.
O presidente da Câmara tem sido
alvo de protestos de movimentos ligados à causa LGBT. Ele já manifestou opinião
contrária à criminalização da homofobia.
Nesta segunda, antes mesmo de o
evento começar, manifestantes já aguardavam na porta do prédio do legislativo
gaúcho com faixas e cartazes de protesto. Quando Cunha chegou ao teatro da
Assembleia onde haveria o debate, houve vaias e gritos de “fora”.
Diante das manifestações
contrárias a Cunha, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul, deputado
estadual Edson Brum (PMDB), suspendeu a sessão.
“Antes de saudar a Mesa Diretora,
queria pedir a gentileza a todos, nós estamos em um estado democrático,
conquistado por todos, e precisamos oportunizar que todos se manifestem e
pediria a gentileza que o fizessem ao seu tempo”, disse o parlamentar gaúcho
pouco antes de interromper a sessão.
Cunha ouviu os protestos sentado
à Mesa do plenário, junto de autoridades e do vice-presidente da República,
Michel Temer.
Cerca de 15 minutos após
interromper a sessão, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul retomou o
evento em outro local do prédio, desta vez no plenário, sem a presença dos
manifestantes.
Após a retomada do debate, Brum
fez uma introdução ao tema da reforma política e passou a palavra a Cunha. No
microfone, antes de começar sua fala, Cunha criticou o que chamou de
“intolerância”.
[...]
Com informações do G1 Globo Rio, 30.03.2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário