quarta-feira, 3 de junho de 2015

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O que significa a queda de Blatter para o Brasil

Todo mundo deseja distância do suíço na Fifa 
(Foto: Fabrice Cofferini / AFP)
Joseph Blatter é um morto-vivo. Todo mundo deseja distância do suíço que chamará uma nova eleição presidencial na Fifa em poucos meses. Ele não importa mais. Seus aliados de três décadas olham para a esquerda quando Blatter caminha pelo lado direito. Buscam um novo candidato, possivelmente outro europeu.

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A CBF segue o mesmo caminho. Respira chorando do capo. O ex-presidente José Maria Marin está preso na Suíça, seu antecessor, Ricardo Teixeira, íntimo de Blatter, é acusado de desviar milhões, e o sucessor, Marco Polo Del Nero, fugiu da Europa com medo de ser alcançado pelo FBI. Fragilizada, a CBF está tonta, não sabe como agir. A Fifa sempre foi um escudo que a protegia de todos os males cometidos.

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A Polícia Federal (PF) controla a movimentação dos três mais fortes dirigentes do futebol brasileiro. 

A casa do futebol brasileiro é um caso de polícia.
Como o futebol brasileiro está desarticulado, sem lideranças e sem grandes ideias, a CBF respira com mais tranquilidade. Sabe que dos clubes e das federações, que garantem votos nas eleições da entidade, dificilmente surgirão ataques. A bancada da bola, instalada e bem paga em Brasília, trata de minar a CPI. O perigo maior é mesmo a Polícia Federal e o FBI que, ao menos no caso de Teixeira, sinalizam com evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

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Del Nero não tem saída. Deverá renunciar em breve, talvez chamar novas eleições, repetir o estratagema de Blatter em Zurique. Como na Fifa, os parceiros da CBF, que injetaram R$ 359 milhões legais nas suas contas em 2014, ano da Copa do Mundo, querem uma mudança de rumo. Pedem novos dirigentes, pessoas mais capazes e muito, mas muito mais honestas. Mas quem vai liderar o processo de desmanche da corrupta CBF?

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Nem Marin, muito menos Del Nero, fizeram sucessores. Não existe uma sólida liderança, um grande nome, entre os 20 clubes do Brasileirão e as federações.  A CBF está podre. Precisará renascer, talvez ganhar outro nome, novas leis internas. Como é uma entidade privada, o governo não pode colocar as mãos. Mas deve pressionar, assim como toda a sociedade.
Não há mais espaço para Teixeira, Marin e Del Nero no futebol. A era das trevas passou. Difícil agora é encontrar a luz. 
De ZHESPORTES, Luiz Zini Pires, 03/06/2015, às 06h02

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