Em Nova York, Dilma diz
que não respeita delatores
A presidenta Dilma Rousseff disse
hoje (29) que não houve nenhuma irregularidade em sua campanha presidencial e
que não respeita delatores. Em entrevista a jornalistas em Nova Iork, ela
comentou as informações divulgadas pela imprensa sobre a delação premiada do
presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, assinada com o Supremo
Tribunal Federal (STF). De acordo com reportagens, Pessoa listou 18 pessoas que
teriam recebido recursos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava
Jato.
"Não tenho esse tipo de
prática. Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha
campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, porque,
se insinuam, alguns têm interesses políticos", disse.
A presidenta contou ter aprendido
na escola, em Minas Gerais, a não gostar da figura de pessoas que traem algum
movimento e entregam colegas, como a do delator da Inconfidência Mineira
(Joaquim Silvério dos Reis). O movimento buscava libertar o Brasil de Portugal
no século 19.
"Eu não respeito o delator.
Até porque eu estive presa na ditadura, e sei o que é. Tentaram me transformar
numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas. E eu garanto para
vocês que resisti bravamente. Até em alguns momentos fui mal interpretada
quando disse que em tortura a gente tem de resistir porque senão você entrega
seus presos. Então, eu não respeito nenhuma fala. Agora, acho que a Justiça tem
de pegar tudo que ele disse e investigar. Tudo, sem exceção. A Justiça, o
Ministério Público e a Polícia Federal", afirmou.
Dilma afirmou ainda que vai tomar
providências "se ele [Ricardo Pessoa] falar sobre ela". No que diz
respeito à citação de ministros do seu governo, a presidenta disse que a
situação será avaliada com cada um. Entre os citados pelo executivo da UTC,
conforme as reportagens, aparecem os ministros da Casa Civil, Aloizio
Mercadante, e o da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva – como
beneficiários do esquema.
De Brasília, Paulo
Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil, 29/06/2015, às 15h56
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