Câmara retoma votação
da reforma política e deve analisar o projeto do ajuste
A Câmara dos Deputados tem uma
semana com muitos desafios e embates nas votações em plenário de temas
polêmicos que tratam do ajuste fiscal e da reforma política. Nas comissões
especiais, não será diferente. Serão apresentados pareceres como o que trata da
redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Além disso, estão previstos
depoimentos de funcionários da Petrobras e de empresários e a votação de
requerimentos de convocação e também de acareações.
Nas sessões ordinárias de
plenário, os deputados devem votar o projeto de lei do Poder Executivo que
modifica as regras da desoneração da folha de pagamentos, reduzindo os
incentivos às empresas beneficiadas. O projeto, com as medidas provisórias (MP)
664 e 665 – já aprovadas pelo Congresso –, faz parte das medidas de ajuste
fiscal do governo. Outras matérias poderão ser incluídas na pauta de votações
das sessões ordinárias da Câmara.
Em sessões extraordinárias, já
que a pauta das ordinárias está trancada pelo projeto de mudança nas regras da
desoneração, os deputados vão retomar a votação de pontos da Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 182/2007, que trata da reforma política. A votação de
alguns temas considerados complexos foi adiada para esta semana, por acordo de
lideranças partidárias.
Entre os assuntos da reforma que
ainda dependem de votação estão: o tempo de mandado dos eleitos, a coincidência
das eleições e a cota para as mulheres na Câmara. Outros temas a serem
apreciados pelos deputados estão o fim do voto obrigatório e data da posse do
presidente da República, que hoje ocorre no dia 1º de janeiro.
Na quarta-feira (10), o relator
da PEC 171/93, que trata da redução da maioridade penal, deputado Laerte Bessa
(PR-DF), deverá apresentar seu parecer. Ele já anunciou que o relatório deve
ser favorável à redução da maioridade penal. Bessa quer votar o parecer na
comissão no próximo dia 17, uma vez que o presidente da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que pretende colocar a proposta em votação no
plenário da Câmara ainda neste mês.
A Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Petrobras pretende ouvir nesta semana os depoimentos de 14
pessoas. O mais esperado é o do empresário Júlio Faerman, ex-representante
comercial da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil. Faerman é suspeito de
ter feito pagamento de propinas a ex-diretores da Petrobras em troca de
contratos com a empresa. O depoimento deverá ser na terça-feira (9).
Nesta segunda, a CPI pretende
ouvir sete funcionários da Petrobras que tiveram participação nas obras das refinarias
Abreu e Lima, em Pernambuco, e Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos
(SP). Na quarta-feira, os deputados da CPI vão tomar depoimentos de seis
funcionários de segundo e terceiro escalão da estatal, envolvidos em processos
de licitação, compras e comunicação da empresa.
De Brasília, Iolando Lourença, Agência Brasil, 08/06/2015. Foto: Ag Brasil
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