Juros básicos sobem
pela sétima vez seguida e vão a 14,25% ao ano
Pela sétima vez seguida, o Banco
Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê
de Política Monetária (Copom) aumentou hoje, (ontem, 29), a taxa Selic em 0,5 ponto
percentual, para 14,25% ao ano. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa
também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Com o reajuste, a Selic retorna
ao nível de outubro de 2006, quando também estava em 14,25% ao ano. A taxa é o
principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em comunicado, o Copom indicou
que os juros básicos devem ficar inalterados daqui para a frente. "O
comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por
período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação
para a meta no final de 2016", destacou o texto.
Oficialmente, o Conselho
Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2
pontos, podendo chegar a 6,5%. No entanto, ao anunciar a nova meta de esforço
fiscal, na semana passada, o governo estimou que o IPCA encerre o ano em
9%.
Segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 9,31% nos 12 meses terminados em
junho. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2015 em 9,23%. Este
ano, a inflação está sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados
como energia e combustíveis.
Embora ajude no controle dos
preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de
recessão, com queda na produção e no consumo. De acordo com o boletim Focus,
analistas econômicos projetam contração de 1,76% do Produto Interno Bruto (PIB,
soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015. O governo prevê redução
de 1,5% segundo as projeções enviadas pelo Ministério do Planejamento ao
Congresso na semana passada.
A taxa é usada nas negociações de
títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve
como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para
cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros
mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros
básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas
alivia o controle sobre a inflação.
De Brasília, Wellton
Máximo - Repórter da Agência Brasil, 29/07/2015, às 21h31, atualizada em 30/07/2015
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