sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Opinião - Artigo

LEMBRANÇAS DE AGOSTO
 Por Inocêncio Nóbrega (*)
            Agosto, 1954 – Qualquer adjetivo que se pretenda dar, pró-fascista, ditador, caudilho, são o de populista e nacionalista que a imagem de Getúlio Vargas ficou impregnada no coração do povo brasileiro. Tido como pai dos pobres, nas duas passagens pelo governo deixou marcas de grandes realizações, as quais dirigentes posteriores, da Vale do Rio Doce , BNDE e Eletrobrás se encarregaram de apagá-las. Entretanto, a CLT e a Petrobrás, suas obras capitais, vêm resistindo às ações demolidoras de recentes sucessores.
            Limites nas remessas de lucros e troca da monocultura do café, pela industrialização pesada, mexeram com os interesses imperialistas, que no Brasil escolheram Carlos Lacerda para representá-los. O jornalista carioca, no cumprimento de sua missão, arrumou infundados pretextos no sentido de desmontar a bem intencionada era varguista, provocando o suicídio do nosso Chefe da Revolução de 30, gaúcho de S. Borja. A 24, desse mês, preferiu deixar a vida e entrar na história.
            Agosto, 1961 –  Porém, Lacerda não descansa. Sete anos depois estava à crista de novo episódio. De soslaio captava simpatias das oposições, capitaneadas pelo udenismo, refratárias ao nacionalismo brasileiro, ainda empolgado com a retumbante campanha do “petróleo é nosso”.  Janio Quadros, eleito presidente, embora saído das hostes lacerdistas, para desespero destas adotou, logo início de sua gestão, uma política externa independente, a favor da autodeterminação dos povos. A normalização diplomática com a URSS e laços de amizade com Cuba, despertaram a ira da galegada, ocasionando a renúncia do nosso Chefe da nação, a 25 de agosto. Lacerda, adesistas, naquele momento, as quais ressurgiram em 1964. desta vez,  não estava só, contava com a adesão dos ministros militares, que vetaram a posse do vice-presidente Jango. A intervenção de Leonel Brizola, que mobilizou o Brasil inteiro através da Campanha da Legalidade, calou as pretensões do golpe.
            Agosto, 2015 – Os protagonistas desses acontecimentos, parte já descansam em paz. As motivações, porém continuam as mesmas, pois os protestos de rua visam desestabilizar o governo de Dilma Rousseff, exagerando nas falhas em que por ventura acontecem.  Servindo-se da corrução como mote principal, na verdade querem acabar, de vez, com a estatização do petróleo, a fim de beneficiar monopólios internacionais. A geopolítica, irmanizada entre os países do Continente, é a segunda razão que ilude as massas populares, cujo endereço é bem visível, derrubar os governos progressistas da América Latina. Ou seja, é tudo quanto o Pentágono sempre almeja.
(*) Inocência Nóbrega é Jornalista e Escritor (inocnf@gmail.com)

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