Governo anuncia criação
de 3 mil vagas de residência para o Mais Médicos
Criado em 2013 para levar médicos a regiões distantes, em
dois anos o programa
contratou 18.240 médicos para trabalhar em 4.058 municípios e cerca de 30
contratou 18.240 médicos para trabalhar em 4.058 municípios e cerca de 30
distritos indígenas (Foto: Tânia
Rêgo / Agência Brasil)
O governo anunciou hoje (4) a
criação de 3 mil vagas de residência médica, sendo a maioria oferecida a
estudantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Desse total, 75% das
bolsas serão destinadas à formação de especialistas em medicina geral de
família e de comunidade. O anúncio foi feito durante cerimônia de comemoração
de dois anos do Programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto.
As bolsas serão financiadas pelos
ministérios da Saúde e da Educação. A meta do governo é criar, até 2018, 11,5
mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência para
formação de médicos em áreas prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Com o anúncio, o programa chega a 62% da meta de novas vagas de residência.
Também foi anunciada nesta
terça-feira a contratação de 880 professores para lecionar nas universidades
federais que abriram novas vagas nos cursos de medicina ou criaram faculdades
na área, após a criação do programa.
Presente na cerimônia, o ministro
da Educação, Renato Janine Ribeiro, falou sobre os rigorosos critérios para
abertura dos cursos de medicina no país e lembrou que os estudantes deverão
cursar pelo menos 30% da parte prática do curso, na área de atenção básica e
serviços de urgência e emergência do SUS.
Ele disse que foram lançadas
diretrizes para orientar as relações entre escolas de medicina e gestões locais
e estaduais para garantir a qualidade das atividades práticas de ensino
executadas nos serviços de saúde.
Um decreto assinado pela
presidenta Dilma Rousseff durante a cerimônia vai regulamentar o Cadastro
Nacional de Especialistas, com informações de médicos de todo o país. O
objetivo, segundo o Ministério da Saúde, é melhorar o planejamento para
distribuição de especialistas pelo país. > Leia mais sobre esta matéria. Clic, abaixo, em:
Balanço
Criado em 2013 para levar médicos
a regiões distantes e periferias, o programa foi alvo de polêmica e resistência
dos profissionais de saúde, principalmente pela possibilidade de contratação de
médicos estrangeiros. Em dois anos, de acordo com o Ministério da Saúde, 18.240
médicos foram contratados para trabalhar em 4.058 municípios e cerca de 30
distritos indígenas, beneficiando um total de 63 milhões de pessoas. “É a
primeira vez que temos todos os distritos indígenas com acesso a equipes de
saúde.
Na avaliação do ministro da
Saúde, Arthur Chioro, o programa reverteu um déficit histórico de atenção à
saúde em algumas áreas do país. “Ao longo de 27 anos do SUS, o atendimento
estava comprometido pois não tínhamos médicos para o atendimento básico. Hoje
temos o direito à atenção básica garantido a todos os brasileiros e
brasileiras”, disse. “É um programa que veio para mudar a qualidade [do
atendimento] e o acesso da população brasileira à saúde”, acrescentou.
Pesquisa encomendada pelo
ministério ao Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) mostra que a nota média dos usuários para o programa é 9. De acordo
com o levantamento, a maioria dos pacientes beneficiados pelo programa são
mulheres (80%), com filhos e renda de até dois salários mínimos. Cerca de 40%
recebem o Bolsa Família.
Em um relatório de avaliação dos
dois anos do Mais Médicos, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu
avanços, mas apontou falhas na execução do programa. Para o TCU, foram
detectadas falhas na distribuição dos médicos e 26% dos municípios carentes
ainda não foram atendidos pelo Mais Médicos.
Os profissionais inscritos no
programa recebem R$ 10,5 mil por mês, pagos pelo governo federal.
De Brasília, Luana
Lourenço e Marieta Cazarré – Repórteres da Agência Brasil, 04/08/2015, às 14h50
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