São Paulo: manifestação
contra impeachment ocupa Praça da Sé
(Foto: Nelson Almeida)
Ato em defesa da democracia e
contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocupa a Praça da Sé e a rua
lateral da catedral, no centro da capital paulista. Organizado pelo movimento
Frente Brasil Popular, o ato foi batizado de “Em Defesa da Democracia, Golpe
Nunca Mais”.
Quatro carros de som levam
líderes de movimentos sociais e de sindicatos que se revezam nos discursos.
Entre os manifestantes, há balões
e bandeiras de entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da
Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), da União da Juventude Socialista, da
Central de Movimentos Populares, além de sindicatos de diversas categorias.
As pessoas carregam bandeiras e
faixas com o nome de Dilma e com a hashtag DilmaFica, além de mensagens contra
o impeachment e contra o que chamam de golpe.
O professor Daniel Eid Garcia, 41
anos, diz que participou de todas as manifestações contra o impeachment este
ano. Ele disse que veio ao ato de hoje para reforçar a ideia de que a sociedade
não pode aceitar o impedimento da presidenta. “O método [atual] configura
golpe, não há sustentação jurídica para o impeachment”, disse.
O coordenador da Central de
Movimentos Populares, Raimundo Bomfim, concorda com a avaliação. “Está claro
que não tem embasamento jurídico [para o impeachment], a presidenta Dilma não
cometeu crime de responsabilidade, será um golpe se isso ocorrer. Nós estamos
confiantes que não vai ocorrer. E se ocorrer, o [vice-presidente] Michel temer
já começa um governo deslegitimado”, disse.
“O que está em jogo não é
simplesmente derrubar a presidenta Dilma, o que está em jogo é um movimento de
retirada de direitos trabalhistas e de eliminação de programas sociais. Com as
forças políticas que estão acenando para um eventual governo Temer, a situação
dos trabalhadores não vai melhorar”, destacou.
“[Num eventual governo Temer] vai
é piorar a situação dos trabalhadores e da população mais pobre porque vai
retirar direitos. Toda vez que entra em crise, o andar de cima fica com a fatia
maior, e quem paga a conta são os trabalhadores. Mesmo em um governo Dilma,
comprometido com os setores populares, isso já está acontecendo”, disse Bomfim.
Críticas ao presidente da Câmara
Também participam do ato a Frente
das Mulheres pela Democracia, a Frente Brasil Sem Medo, e a Marcha Mundial das
Mulheres. A palavra de ordem mais cantada é “Não Vai ter Golpe”. Uma grande
faixa erguida por um balão traz os dizeres: “O Pré-Sal é Nosso Só com a
Partilha”. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é
criticado pelos manifestantes.
“Nós, as mulheres, pedimos o fora
Cunha, esse corrupto, que prega a injustiça, a favor da morte das mulheres. E
essa direita golpista que, ao tentar dar a golpe e destruir a esquerda, não
contava com a nossa capacidade de luta. O que eles fizeram foi fortalecer a
nossa luta. Seu machismo chulo contra a Dilma fez com que as mulheres do país
se erguessem todas. Sairemos fortalecidos desse embate”, disse a
coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Nalu Faria.
De São Paulo, Camila Boehm
e Bruno Bocchini - Repórteres da Agência Brasil, 31/03/2016 17h34
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