Saída democrática passa
necessariamente por Dilma
Dentro de aproximadamente um mês,
os senadores decidirão se matam de vez a democracia brasileira ou se buscam uma
saída democrática para a crise atual.
Se a opinião pública puder servir
como farol, uma única solução se mostra viável: rejeitar o impeachment, uma vez
que a tese das pedaladas fiscais e dos créditos suplementares já foi
completamente desmoralizada, desde que a presidente Dilma Rousseff se
comprometa a consultar a população, por meio de um referendo, sobre novas
eleições e reforma política.
É essa a saída que a população
aponta por meio dos levantamentos dos institutos Ipsos e Paraná Pesquisas. De
acordo com o Paraná Pesquisas, nada menos que 73,1% dos brasileiros defendem a
saída imediata de Michel Temer. No Ipsos, só 16% querem que Temer continue,
percentual menor do que os 20% que defendem que Dilma volte e conclua seu
mandato.
Como a tese de novas eleições
depende da volta de Dilma, ainda que temporária, é esse o compromisso que ela
tem assumido com os senadores indecisos – volta, mas, em seguida, consulta a
população sobre novas eleições. Nesse período de transição, a própria equipe
econômica, capitaneada por Henrique Meirelles, na Fazenda, seria mantida.
Caso os senadores, no entanto,
decidam manter Michel Temer no poder, entrarão para a história como coveiros da
democracia. Terão afastado uma presidente que não cometeu crime de
responsabilidade, numa farsa jurídica já decifrada pela opinião pública do
Brasil e do mundo, para manter no poder um interino extremamente impopular. Ou
seja: a saída democrática para o Brasil passa, necessariamente, pela volta de
Dilma, para que ela, eleita, possa transmitir o cargo um sucessor também
eleito.
De Brasília, Brasil 247,
26/07/2016
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