Por Alex Solnik (*)
Acabou a lua-de-mel do PSDB com o
PMDB. Já estão dormindo em camas separadas. Por PSDB leia-se o PSDB de Aécio
Neves. Aquelas cenas em que Aécio aparecia sorridente paparicando Temer são
fotos do passado.
A primeira estocada partiu do
senador José Aníbal. Embora seja paulista e suplente de Serra ele é o mais
aecista dos senadores tucanos.
Aécio deu-lhe a presidência do
Instituto Teotônio Vilela. Serra deu-lhe uma banana, que é o que costuma fazer
com seus aliados. Aníbal vai falar por Aécio sempre que não interessar a Aécio
verbalizar o que pensa. Se tiver que recuar não foi ele quem falou.
As críticas de Aníbal à política
econômica de Temer foram o primeiro aviso de que os tucanos querem se descolar
dos peemedebistas o mais rapidamente possível. Não há tempo a perder, 2018 está
logo ali. No fundo, no fundo, a única coisa que o PSDB de Aécio queria do PMDB
era jogar Dilma pra fora do ringue.
Agora que ela está fora do jogo
não interessa mais ficar no mesmo barco de Temer que tem na primeira classe
alguns passageiros de péssima reputação, como Cunha. Aécio não quer esse aliado
incômodo, prefere atirá-lo ao mar. Enquanto Temer teme atirá-lo ao mar. Pois o
mar (de Temer) não está para peixe.
Meirelles foi o alvo dos ataques
de Aníbal, aos quais a mídia tradicional deu grande destaque não apenas porque
sua política neo liberal não vai dar certo (não deu certo em país algum), mas
porque periga ser ele – e não Aécio – o candidato de Temer em 2018.
Essa história aventada pelo
gandula Rodrigo Maia de Temer candidato em 2018 não tem pé nem cabeça, ele não
só não tem voto como também o Ministério Público de São Paulo já o declarou
inelegível.
Mas a presença de Serra no
governo não quer dizer que o PSDB está no governo? Não vai pegar mal para o
Aécio? Não, porque o PSDB de Aécio não está no governo e sim o PSDB de Serra.
Aécio não só não está no governo
como não engoliu até agora Serra no governo, que é o outro motivo para o fim da
lua-de-mel, pois ele é seu adversário potencial em 2018 e seria melhor deixá-lo
à míngua e não exposto na vitrine ministerial.
Com Serra no governo Aécio tem
dois paulistas a atrapalhar seus planos presidenciais: ele e Alckmin.
Tal como acontece nas melhores
famílias, depois de dormir em camas separadas, os dois partidos vão dormir em
quartos separados, e não demora muito em endereços diferentes.
No fundo, no fundo, os dois
partidos nunca tiveram muita coisa em comum a não ser o objetivo de destruir
Dilma e o PT.
O PSDB nasceu do PMDB, ou melhor,
abandonou o PMDB no momento em que Orestes Quércia assumiu a presidência.
A multiplicação de escândalos
relacionados à Lava Jato envolvendo peemedebistas também incomoda. O PMDB não é
boa companhia para quem quer ganhar em 2018. Depois de romper a frágil e
episódica aliança com o PMDB, Aécio terá de resolver outro problema: como tirar
Lula da disputa.
Porque de Meirelles ele pode
ganhar, mas Lula é osso duro de roer.
(*) - Alex Solnik é jornalista e escritor, autor de várias obras. Artigo publicado em Brasil 247, em 04/08/2016
Porque ser bela e elegante é fundamental para toda mulher!
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