Temer confirma reunião
com Cármen Lúcia e Renan e diz que não vai demitir Moraes
O presidente Michel Temer
confirmou que vai se reunir na próxima sexta-feira (28) com os presidentes do
Senado, Renan Calheiros, da Câmara, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal
(STF), Cármen Lúcia, para discutir segurança pública. O encontro poderia não
ocorrer após o clima de mal-estar entre Renan e Cármen Lúcia criado depois que
ambos fizeram críticas públicas e discordaram sobre a atuação da Justiça ao
determinar a prisão de policiais legislativos durante operação da Polícia
Federal no Senado.
De acordo com o porta-voz da
Presidência, Alexandre Parola, Temer informou que o diálogo entre ele e os
presidentes dos outros dois Poderes é “permanente, fluido e desimpedido”. “O
presidente confirma a realização da reunião prevista para a próxima sexta-feira
às 10h”, disse Parola.
Ontem, (anteontem, 25), o presidente do Senado
chegou a anunciar que Temer se encontraria com os três nesta quarta-feira
(26), mas a presidente do STF alegou “agenda cheia” e a reunião não ocorreu.
“Uma eventual reunião, em momento que seja compatível com agendas de todos os
envolvidos, virá a ser apenas mais uma demonstração completa de diálogo”,
afirmou Parola, antes de confirmar o encontro da próxima sexta-feira.
Alexandre de Moraes continua no cargo
Ao dar as declarações, o
porta-voz respondeu a pergunta da imprensa sobre a possibilidade de Temer
demitir o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que foi criticado por Renan
após a operação da Polícia Federal, já que esta é subordinada ao Ministério da
Justiça. “Há, em seguida, uma pergunta que busca saber se o presidente cogita
substituir o ministro da Justiça. A resposta é não”, limitou-se a dizer Parola.
A crise entre os Poderes começou
na sexta-feira (21), quando houve a Operação Métis, que resultou na prisão do
chefe da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, junto com mais três
policiais legislativos, suspeitos de prestar serviço de contrainteligência para
ajudar senadores investigados na Lava Jato e em outras operações.
Após as prisões, Renan
criticou a ação do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da
Justiça Federal, no Distrito Federal, e disse que Moraes não tem se portado
como ministro de Estado, “no máximo”, como um “chefete de polícia”. As
declarações de Renan foram rebatidas por Cármen Lúcia. Ontem à noite, o
presidente Michel Temer reuniu-se com Moraes, mas o assunto do encontro não foi
divulgado.
De Brasília, Paulo Victor
Chagas, Repórter da Agência Brasil, 26/10/2016, às 21h04. Atualizada em
27/10/2016
Rua Viriato de Medeiros, 881, Mercado Central de Sobral
Nenhum comentário:
Postar um comentário