Comissão de Ética decide investigar conduta do ministro Geddel Vieira
Lima

Ministro Geddel Vieira Lima
será investigado pela Comissão de Ética
da Presidência (Foto: Arquivo/Agência
Brasil)
A Comissão de Ética
Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a
conduta ética do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao
procurar o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para tratar de interesses
pessoais. Pela manhã, o relator do caso, conselheiro José Saraiva, havia pedido
vista por não ter tido tempo para analisar o assunto, mas durante a tarde ele
voltou atrás e votou pela abertura do processo.
De acordo com Mauro
Menezes, presidente da comissão, o órgão declarou por unanimidade o início das
investigações sobre Geddel. “Ele trouxe reflexão no sentido de que não gostaria
de atrasar o andamento do processo”, disse Menezes, referindo-se ao relator. A
partir de amanhã (22), o ministro terá dez dias para se manifestar sobre o
assunto. A depender de outras informações que serão solicitadas, o colegiado já
poderá deliberar sobre o caso na próxima reunião, marcada para 14 de dezembro.
O presidente do
órgão informou que, enquanto os conselheiros discutiam o assunto, o ministro
Geddel telefonou à comissão. “Ele se mostrou disposto a prestar esclarecimentos
que julga pertinentes, mostrou boa vontade em responder com máxima rapidez a
comissão. Expressei ao ministro que ele terá todas as condições de oferecer sua
manifestação. A comissão levará em conta seu pronunciamento, produzirá provas
que ele eventualmente desejar. Foi uma conversa amistosa, cordial”, disse
Menezes.
Pedido de demissão
O ex-ministro da
Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18),
alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de
S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir
junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para
liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde ele
adquiriu um imóvel.
O empreendimento não
foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da
região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel
admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado.
Durante a tarde de hoje (21), o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola,
veio a público dizer que o presidente Michel Temer decidiu manter o ministro no
cargo. Segundo Mauro Menezes, a comissão não cogita levantar dúvidas sobre a
atitude do conselheiro José Saraiva devido à sua mudança de opinião. “O tempo
foi muito exíguo para cada um formar sua convicção. Temos o maior respeito pelo
conselheiro Saraiva, os posicionamentos dele foram fundamentados”, disse,
explicando que as denúncias surgiram nas últimas 48 horas. Nesta terça-feira
(22), um dos sete membros da Comissão de Ética será sorteado relator do caso.
De
Brasília, Paulo Victor Chagas -
Repórter da Agência Brasil, 21/11/2016, às 19h29
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